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Diretor Kihachi Okamoto Revela Convictos Antiguerra em Gravação Perdida

- 29 de outubro de 2025
Gravação perdida de Kihachi Okamoto, diretor de filmes antiguerra, revela suas profundas e inéditas reflexões sobre as experiências de guerra que moldaram sua obra

Gravação perdida de Kihachi Okamoto, diretor de filmes antiguerra, revela suas profundas e inéditas reflexões sobre as experiências de guerra que moldaram sua obra.

A redescoberta de uma gravação inédita do aclamado cineasta japonês Kihachi Okamoto, conhecido por seu forte compromisso com filmes antiguerra, lança uma nova e íntima luz sobre as convicções que moldaram sua influente obra. O material, encontrado em um depósito da BSS San’in Broadcasting em janeiro, registra uma entrevista de rádio de 1968, revelando as profundas reflexões pessoais do diretor, fortemente influenciadas por suas experiências de guerra.

Kihachi Okamoto e a Raiz de sua Filosofia Antiguerra

Nascido em Yonago, província de Tottori, em 1924, Okamoto ingressou na Toho Studios com o sonho de fazer cinema, mas foi convocado para o serviço militar no ano seguinte. Na gravação, ele relata a sorte que teve: “Fui adiado por cerca de seis meses porque fui selecionado como candidato a oficial especial, então tive sorte. Quase metade dos que entravam em serviço normalmente não voltavam.”

A exposição direta e brutal aos horrores da guerra não apenas o marcou, mas se tornou a base inabalável de sua filosofia cinematográfica.

O “Rebelde” do Cinema Japonês: Entretenimento e Verdade Histórica

Conhecido como o “rebelde” do cinema japonês, Kihachi Okamoto dominou a arte de infundir obras de entretenimento com retratos cruéis da brutalidade da guerra. Ele produziu uma série de filmes aclamados que forçavam o público a confrontar as duras realidades do conflito.

Entre suas obras mais notáveis está o clássico de 1967, “O Dia Mais Longo do Japão”, que retrata as dramáticas horas finais antes da rendição japonesa. Para o diretor, a criação desses filmes era um dever moral: “Quando vi o que aconteceu, senti que era meu dever fazer filmes de guerra para que tais experiências nunca mais acontecessem,” afirmou ele na fita.

A gravação também capta a frustração artística de Okamoto com o peso da verdade histórica. Ele confessa: “Senti a gravidade dos fatos. Não havia espaço para mim, como artista, me intrometer — e isso era frustrante,” admitindo os limites criativos impostos pela responsabilidade histórica.

O Legado Antiguerra de Kihachi Okamoto Permanece Relevante

Em um momento de redescoberta emocional, sua filha, Mami Okamoto, visitou a cidade natal de seu pai. Ela compartilhou uma lembrança tocante: “Ele não era um pai comum, mas fez o melhor que pôde,” disse ela, ao visitar o túmulo do diretor, falecido em 2005.

Oitenta anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, a voz e a mensagem de Okamoto ressoam com uma urgência notável. Em 1968, ele já alertava para a crise global:

“Mesmo falando de paz, sangue ainda é derramado e tiros ainda são ouvidos em algum lugar do mundo. Sinto uma grande sensação de crise.”

Embora o diretor Kihachi Okamoto não possa mais falar sobre o presente, sua mensagem antiguerra inabalável, incorporada em seus filmes, continua a desafiar e a inspirar novas gerações, garantindo que suas experiências de guerra e sua busca pela verdade histórica não sejam esquecidas.

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