
Crédito: Japan Times – 11/04/2023 – Terça
Um dos principais objetivos do primeiro-ministro Fumio Kishida para a cúpula do Grupo dos Sete no mês que vem em Hiroshima é criar uma frente unida em questões como China e Ucrânia. Mas encontrar uma abordagem unificada para lidar com a assertividade de Pequim pode ter se tornado mais difícil.
Kishida agora enfrenta um desafio maior após comentários impressionantes do presidente francês Emmanuel Macron de que a União Europeia não deve seguir nem a posição dos EUA nem da China em Taiwan – uma postura que especialistas dizem que pode enfraquecer os esforços de dissuasão liderados pelos EUA contra Pequim.
Em declarações publicadas domingo no Politico e no jornal francês Les Echos, Macron disse que “o grande risco” que a Europa enfrenta atualmente é que ela “se envolva em crises que não são nossas”, impedindo-a de construir o que chamou de “políticas estratégicas”. autonomia.”
“O paradoxo seria que, dominado pelo pânico, acreditamos que somos apenas seguidores da América”, disse Macron aos meios de comunicação durante sua viagem na semana passada à China, onde parece ter colocado os negócios antes da política, garantindo grandes negócios para empresas francesas. .
“A pergunta que os europeus precisam responder… é do nosso interesse acelerar (uma crise) em Taiwan? Não. O pior seria pensar que nós, europeus, devemos nos tornar seguidores desse tema e seguir o exemplo da agenda dos EUA e de uma reação exagerada da China”, disse ele, acrescentando que a Europa deveria seguir um caminho de autonomia estratégica para se tornar um terceiro superpotência.
“Se as tensões entre as duas superpotências esquentarem… não teremos tempo nem recursos para financiar nossa autonomia estratégica e nos tornaremos vassalos”, acrescentou.
Os comentários de Macron provocaram uma tempestade de críticas nos Estados Unidos e na Europa, inclusive do senador republicano Marco Rubio, membro do Comitê de Relações Exteriores.
Se Macron fala por toda a Europa, e sua posição agora é que eles não vão escolher lados entre os EUA e a China em vez de Taiwan, “talvez também não devêssemos escolher lados”, alertou Rubio, questionando se Washington deveria se concentrar apenas em Taiwan e China, deixando a Europa para lidar com a crise da Ucrânia.
As opiniões de Macron sobre Taiwan não são compartilhadas por todos na Europa – que oficialmente descreve a China como uma “rival sistêmica” – incluindo Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.
Von der Leyen, que se juntou a Macron para uma reunião trilateral com o líder chinês Xi Jinping em Pequim na semana passada, deixou claro que a estabilidade no Estreito de Taiwan é de “extrema importância” para a Europa, dizendo sem rodeios a Xi que a ameaça de força para mudar o status quo é “inaceitável”.
Foto: Japan Times (O presidente francês, Emmanuel Macron, fala aos alunos da Universidade Sun Yat-sen em Guangzhou, China, na sexta-feira. | AFP-JIJI)