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Comissão de Anistia do Brasil Pede Desculpas aos Imigrantes Japoneses pela Perseguição na Segunda Guerra Mundial

- 8 de setembro de 2024

Histórias de Perseguição e Resistência dos Nipo-Brasileiros em Tupã. Comunidade nikkei enfrenta discriminação e luta por reconhecimento.

Comissão de Anistia do governo brasileiro emitiu um pedido oficial de desculpas pela perseguição sofrida pelos imigrantes japoneses e seus descendentes durante a Segunda Guerra Mundial, em uma sessão realizada no dia 25 de julho.

Reconhecimento e Homenagem

Enea Almeida, presidente da comissão, declarou: “Gostaria de prestar homenagem aos seus antepassados e respeitar sua luta e resistência”. A história dos nipo-brasileiros após a Segunda Guerra Mundial no Brasil é marcada pela luta contra a discriminação.

Comunidade Nikkei em Tupã

A cidade de Tupã, no interior do estado de São Paulo, é uma das áreas onde os imigrantes japoneses se estabeleceram. Com uma população de 65.000 habitantes, Tupã abriga cerca de 500 famílias nikkeis. Foi lá que surgiu o antagonismo entre os imigrantes japoneses e seus descendentes, divididos entre os “vencedores”, que acreditavam no falso rumor de que o Japão havia vencido a guerra, e os “perdedores”, que reconheciam a derrota do Japão.

Histórias de Perseguição

Kanji Aoki, bisavô de Caio Aoki, o primeiro prefeito nikkei de Tupã, foi enviado para a Prisão da Ilha Anchieta após a guerra. Caio, um nipo-brasileiro de quarta geração, organizou uma audiência pública na assembleia municipal de Tupã há dez anos, abordando a tortura e mortes de imigrantes japoneses. A audiência revelou histórias dolorosas de perseguição, como a de um jovem torturado e levado ao suicídio.

Impacto do Pedido de Desculpas

Caio Aoki afirmou que o pedido oficial de desculpas do governo brasileiro “encorajará o diálogo entre os nipo-brasileiros e outros brasileiros, aprofundando o entendimento mútuo”. A comunidade nikkei no Brasil tem uma expressão que reflete sua dedicação à educação: “Os portugueses construíram igrejas enquanto os japoneses construíram escolas”. Após a Segunda Guerra Mundial, os nipo-brasileiros se concentraram na educação para ganhar a confiança da sociedade brasileira.

Educação e Contribuições

Roberto Kawasaki, um nikkei de segunda geração, frequentou uma escola de língua japonesa desde os 5 anos de idade e mais tarde ingressou na Universidade de São Paulo. Hoje, ele ensina economia em uma escola técnica local. A pesquisa de 2017 do Institute for Applied Economic Research revelou que os descendentes de japoneses têm, em média, 13,6 anos de educação, o maior entre os grupos étnicos pesquisados, e um salário médio por hora duas vezes maior que o dos descendentes de portugueses e espanhóis.

Reconhecimento Nacional

A frase “Japones Garantido” reflete a imagem dos nikkeijin como trabalhadores e honestos. O presidente brasileiro, Lula da Silva, reconheceu a contribuição da comunidade japonesa para o desenvolvimento do Brasil, destacando sua competência em diversas áreas. Durante uma entrevista à mídia japonesa, Lula lembrou de seu trabalho em uma lavanderia administrada por nikkeijin em São Paulo como uma “boa lembrança”.

Fortalecimento dos Laços Bilaterais

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, em sua visita ao Brasil, destacou a importância do vínculo especial criado pela comunidade nikkei para as relações bilaterais entre os dois países. Ele afirmou: “Nós valorizaremos esse vínculo e fortaleceremos nossos laços cooperativos”.

Celebração e Esperança

Os nipo-brasileiros presentes na sessão da comissão comemoraram o pedido de desculpas com lágrimas nos olhos e bandeiras do Japão e do Brasil nas mãos. Akira Miyagi, membro de primeira geração do Brazil Okinawa Kenjinkai, declarou: “A terra natal dos nossos filhos e netos é o Brasil. Eles lutarão pelo desenvolvimento da sociedade brasileira e abrirão suas asas em direção ao futuro”.

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