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Crescimento das Clínicas Estéticas no Japão e o Impacto na Medicina Geral

- 31 de dezembro de 2024

Desafios Rurais: Escassez de Médicos em Obstetrícia e Pediatria. Explore as dificuldades enfrentadas por áreas rurais com a falta de especialistas médicos.

Tóquio – Nos últimos três anos, o Japão viu um aumento de 40% no número de clínicas estéticas, oferecendo serviços como aprimoramento da pele. Essa tendência, conhecida como ‘Chokubi’, está atraindo médicos recém-treinados que optam por ingressar em clínicas estéticas logo após completarem seus estágios clínicos.

Enquanto isso, as áreas rurais enfrentam desafios com a escassez de profissionais em especialidades como obstetrícia e pediatria. Mas o que está impulsionando esse crescimento acelerado da medicina estética? Naomi Trauden investiga essa questão.

A medicina estética tem passado por uma mudança significativa na percepção pública. Um paciente comentou: “Antes, era algo que as pessoas mantinham em segredo, mas agora é mais aceito”. Procedimentos como cirurgias não invasivas de pálpebra dupla e lipoaspiração estão ganhando popularidade, especialmente entre os jovens que buscam uma aparência “pronta para o Instagram”.

Um exemplo é a Tensei Clinic, em Tóquio, fundada por Tsujii, que tem estado lotada desde sua inauguração. Tsujii, que investiu 42 milhões de ienes em suas próprias cirurgias cosméticas, destaca a importância da credibilidade na medicina estética. “Quando um médico adota abertamente procedimentos cosméticos, isso inspira confiança em suas recomendações”, explicou.

A carreira de Tsujii exemplifica a tendência Chokubi, com mais de 200 jovens médicos anualmente optando por entrar na área estética logo após o treinamento obrigatório de dois anos. O potencial de altos rendimentos é um grande atrativo, com muitas clínicas oferecendo salários anuais entre 30 e 40 milhões de ienes para profissionais qualificados. Os sites de recrutamento mostram que as vagas para médicos estéticos cresceram 1,6 vezes nos últimos três anos, destacando as oportunidades lucrativas no setor.

No entanto, essa mudança levanta preocupações sobre o futuro dos cuidados médicos gerais. O professor Takeda, da Escola Médica da Universidade de Kitasato, comentou: “É crucial equilibrar os incentivos financeiros para garantir que os graduados em medicina contribuam para os cuidados médicos gerais, pelo menos inicialmente.”

O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar está implementando medidas para abordar essas disparidades, incluindo incentivos financeiros para médicos que trabalham em regiões carentes. No entanto, como Takeda observou, “Soluções sustentáveis devem respeitar as ambições de carreira dos médicos e fornecer caminhos viáveis para que eles retornem às práticas urbanas após servirem em áreas rurais.”

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