
Malásia aposta em data centers para crescimento econômico, mas enfrenta desafios de consumo de energia, água e impactos sociais.
A Malásia está se tornando um polo de data centers, com um crescimento acelerado impulsionado pela demanda por inteligência artificial e serviços de nuvem. No entanto, esse crescimento traz consigo desafios relacionados ao consumo de energia, água e outros recursos, além de questões sobre o impacto social e econômico.
O Crescimento Exponencial de Data Centers na Malásia
A província de Johor, na Malásia, está no centro desse boom de data centers, com uma capacidade projetada de 1,6 gigawatts e um crescimento que a coloca como o mercado de data centers de crescimento mais rápido no Sudeste Asiático. Esse crescimento é impulsionado pela demanda de empresas de tecnologia por infraestrutura para executar sistemas de inteligência artificial e outros serviços.
Desafios e Preocupações
O rápido crescimento de data centers na Malásia traz consigo uma série de desafios e preocupações:
- Consumo de energia: Data centers são grandes consumidores de energia, e a Malásia, que depende fortemente de combustíveis fósseis, pode ter dificuldades em suprir essa demanda crescente.
- Consumo de água: O resfriamento de data centers exige grandes quantidades de água, o que pode gerar preocupações em relação à disponibilidade desse recurso, especialmente em um contexto de mudanças climáticas.
- Impacto social: A instalação de data centers pode gerar poucos empregos em comparação com o investimento realizado, além de impactos em comunidades locais.
- “Colonialismo digital”: Especialistas apontam para o risco de empresas de tecnologia explorarem recursos em países em desenvolvimento enquanto extraem dados de suas populações, sem deixar benefícios significativos.
O Dilema da Malásia
A Malásia aposta no crescimento econômico gerado pelos data centers, buscando modernizar sua economia e gerar empregos. No entanto, o país precisa equilibrar esse crescimento com a necessidade de garantir o acesso a recursos como energia e água para sua população, além de lidar com as preocupações sobre o impacto social e ambiental.
O Exemplo de Cingapura
Cingapura, que interrompeu a construção de novos data centers em 2019 devido a preocupações com o consumo de energia, serve de exemplo para a Malásia. O país busca alternativas mais sustentáveis para o setor de data centers, como o uso de energias renováveis e tecnologias mais eficientes.
O Futuro dos Data Centers na Malásia
A Malásia reconhece os desafios relacionados ao consumo de energia e água pelos data centers, mas acredita que o crescimento do setor pode impulsionar o desenvolvimento de energias limpas e tornar o país um “jogador-chave no ecossistema digital do Sudeste Asiático”. No entanto, é fundamental que o país adote políticas e regulamentações que garantam a sustentabilidade desse crescimento, levando em consideração os impactos sociais, econômicos e ambientais.


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