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Disparidade de Gênero Afeta Cirurgiãs no Japão em Cirurgias Complexas

- 4 de novembro de 2025
Estudo revela que cirurgiãs no Japão têm menos oportunidades em operações de alta complexidade. Saiba como a disparidade de gênero persiste na cirurgia gastrointestinal japonesa.

Estudo revela que cirurgiãs no Japão têm menos oportunidades em operações de alta complexidade. Saiba como a disparidade de gênero persiste na cirurgia gastrointestinal japonesa.

Um estudo recente lançou luz sobre uma persistente desigualdade de gênero no campo da cirurgia no Japão. A pesquisa demonstra que cirurgiãs no Japão enfrentam menos oportunidades do que seus colegas homens para realizar procedimentos cirúrgicos, especialmente aqueles de alta complexidade.

A disparidade começou a mostrar sinais de redução após 2021, quando a Sociedade Japonesa de Cirurgia Gastroenterológica (JSGS) se mobilizou para abordar a situação. No entanto, o domínio masculino nas cirurgias de alta dificuldade ainda é uma realidade.

Análise de Dados: A Realidade das Cirurgiãs Gastroenterológicas

Pesquisadores liderados por Chie Tanaka, professora associada de cirurgia gastrointestinal da Universidade de Nagoya, analisaram um vasto banco de dados que cobre mais de 95% de todas as cirurgias realizadas no Japão. O objetivo era comparar a alocação de procedimentos entre cirurgiões homens e mulheres nos anos de 2015, 2019 e 2023.

Os achados revelaram um cenário misto:

  • Cirurgias de Baixa Dificuldade: A disparidade de gênero praticamente desapareceu até 2023.
  • Cirurgias de Risco Médio: Embora o número de operações realizadas por cirurgiãs no Japão tenha aumentado, a desigualdade ainda é perceptível.
  • Cirurgias de Alto Risco/Complexidade: Cirurgiões homens continuam a realizar um volume significativamente maior dessas operações mais complexas e demoradas.

As Barreiras Enfrentadas pelas Cirurgiãs

A acentuada diferença nas cirurgias complexas é multifatorial. Procedimentos de alta dificuldade frequentemente exigem longas horas de trabalho e uma pesada carga de cuidados pós-operatórios.

Esses casos tendem a ser frequentemente atribuídos a cirurgiões homens, que geralmente operam com menos restrições de tempo. Cirurgiãs no Japão que são mães, por exemplo, muitas vezes evitam esses casos por receio de não conseguirem conciliar as responsabilidades profissionais com as familiares.

Liderança e Preconceito de Gênero

Outro fator crucial é a notável escassez de cirurgiãs no Japão em posições de liderança nos consultórios médicos universitários, locais que decidem a alocação de tarefas e hospitais. Isso sugere que um preconceito de gênero pode influenciar a forma como os cirurgiões são designados para hospitais que realizam cirurgias avançadas.

Emiko Kono, professora assistente de cirurgia gastroenterológica na Universidade Médica e Farmacêutica de Osaka e coautora do estudo, enfatiza a necessidade de mudança. “É crucial desenvolver um ambiente que permita que cirurgiões homens e mulheres mostrem todas as suas habilidades,” afirmou.

O Futuro da Cirurgia Gastrointestinal no Japão

Há uma preocupação crescente com o afastamento de médicos mais jovens da cirurgia gastrointestinal e, consequentemente, da JSGS, devido às longas jornadas de trabalho.

Apesar da sub-representação geral (menos de 10% dos membros totais da JSGS), as mulheres estão significativamente mais presentes nas gerações mais jovens. Elas representam mais de 20% do grupo de membros com menos de 30 anos. Essa tendência oferece uma esperança de que, com a implementação de políticas mais justas e flexíveis, a disparidade para as cirurgiãs no Japão possa ser completamente superada.

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