
Descubra como empresas japonesas líderes combatem a persistente disparidade salarial de gênero, impulsionando a igualdade e o crescimento econômico do Japão.
No Japão, a disparidade salarial de gênero ainda é uma realidade persistente, colocando o país em último lugar entre os membros do G7. No entanto, algumas das principais empresas japonesas estão intensificando seus esforços para combater essa desigualdade, com foco em soluções estruturais e transparência. Um novo ranking da Nikkei Cross Woman destaca as corporações que não apenas reconhecem o problema, mas também implementam estratégias detalhadas para a mudança.
Liderança na Transparência e Ação
O ranking, baseado em análises de aproximadamente 1.600 relatórios financeiros, aponta empresas que se destacam pela honestidade em explicar as causas da disparidade salarial de gênero e por descrever medidas concretas para sua redução. A corretora Sojitz lidera a lista, seguida pelo Sumitomo Mitsui Trust Group e pelo Mitsubishi UFJ Financial Group.
Essas empresas inovadoras não são classificadas por terem eliminado totalmente a diferença salarial. Pelo contrário, elas são reconhecidas pela franqueza com que expõem o problema e suas causas. Por exemplo, Sumitomo Mitsui Trust e Mitsubishi UFJ identificaram sistemas de cursos de emprego desatualizados como responsáveis por diferentes trajetórias de carreira para homens e mulheres, e já estão trabalhando para integrar essas trajetórias.
Estratégias Inovadoras para Inclusão
A Sojitz, em primeiro lugar no ranking, demonstra proatividade ao acelerar a contratação internacional de funcionários mais jovens. A empresa reconhece que experiências no exterior e em subsidiárias comerciais são cruciais para o avanço na carreira em empresas comerciais. Por isso, busca oferecer essas oportunidades igualmente a todos os funcionários, independentemente do gênero, antes que eventos como casamento ou nascimento de filhos possam se tornar barreiras. Além disso, a Sojitz apoia ativamente mulheres em posições de liderança, impulsionando a presença feminina em conselhos e cargos executivos.
Transparência como Pilar Estratégico
Um diferencial fundamental dessas empresas é a transparência na divulgação de dados. Seus relatórios detalham claramente os salários médios anuais por gênero e nível de cargo, identificando as áreas exatas onde as disparidades persistem. Em vez de ocultar a questão, elas oferecem análises detalhadas e respostas políticas eficazes.
É crucial notar que essas iniciativas não são tratadas como meras políticas de RH isoladas, mas sim como elementos centrais da estratégia corporativa. Diversas empresas estabeleceram metas ambiciosas: até a década de 2030, elas visam que as mulheres representem cerca de 50% do total de funcionários e cargos de gestão. Essas metas demonstram um compromisso sério com a construção de um ambiente de trabalho verdadeiramente inclusivo.
O Cenário Japonês e o Impacto Econômico
Apesar desses esforços promissores de algumas empresas, o Japão ainda enfrenta um grande desafio. Dados da OCDE revelam que o índice salarial médio para mulheres, em comparação com homens, é de 88 em todos os países membros, com Itália e França superando 90. O Japão, por sua vez, permanece abaixo de 80, a pior marca entre os países do G7.
Especialistas alertam que as grandes disparidades salariais de gênero estão diretamente ligadas à menor produtividade do trabalho. Essa baixa produtividade, por sua vez, pode contribuir para o declínio da taxa de natalidade no Japão. Isso eleva a disparidade salarial de gênero de uma mera questão social para um risco econômico significativo, capaz de ameaçar o crescimento futuro do país.
Segundo Maiko Oda, editora da Nikkei Cross Woman, o objetivo do ranking é reconhecer as empresas que enfrentam o problema da disparidade salarial de gênero de frente, em vez de evitá-lo, impulsionando assim uma mudança sistêmica e duradoura.
Síntese da Matéria para o Site
Empresas japonesas líderes estão combatendo ativamente a disparidade salarial de gênero, apesar de o Japão ocupar a última posição no G7. Um novo ranking da Nikkei Cross Woman destaca a Sojitz, Sumitomo Mitsui Trust e Mitsubishi UFJ por sua transparência e estratégias concretas para reduzir a diferença salarial, promovendo inclusão e impactando positivamente a economia do país.


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