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Guerra Comercial EUA-China e a Busca por Novos Aliados

- 30 de abril de 2025
A guerra comercial EUA-China intensifica-se, levando países a reavaliar alianças e buscar novos parceiros. China fortalece laços globais e se prepara para o pior.

A guerra comercial EUA-China intensifica-se, levando países a reavaliar alianças e buscar novos parceiros. China fortalece laços globais e se prepara para o pior.

A intensificação da guerra comercial EUA-China tem levado países ao redor do mundo a reavaliar suas alianças, buscando proteger seus interesses econômicos. Enquanto o presidente suíço negociava com autoridades americanas sobre tarifas, o ministro das Relações Exteriores da Suíça expressava interesse em fortalecer laços com a China, um claro sinal da complexidade das relações internacionais em meio à guerra comercial EUA-China.

A Procura por Novos Parceiros na Guerra Comercial EUA-China

A política protecionista de Donald Trump, com suas tarifas elevadas, contrasta com uma década de esforços americanos para unir o mundo contra a China. Essa guerra comercial EUA-China ameaça conceder a Pequim maior poder de barganha, à medida que países buscam alternativas para mitigar os impactos das tarifas americanas.

Trump, ao afirmar que países “beijam sua bunda” para negociar acordos comerciais, impulsiona a China a se apresentar como um parceiro comercial estável e previsível, atraindo aliados e parceiros dos EUA. O primeiro-ministro de Singapura, Lawrence Wong, destaca a disputa pela supremacia global, onde ambos os países buscam atrair outros para suas órbitas na guerra comercial EUA-China.

Impactos das Tarifas e a Reação Chinesa

As tarifas impostas por Trump sobre produtos chineses, que chegaram a 145%, geraram críticas de Pequim, que prometeu “lutar até o fim”. Empresas americanas alertam para o aumento de preços e possíveis prateleiras vazias, indicando que a guerra comercial EUA-China pode levar a uma maior inflação nos EUA.

A magnitude das tarifas já afeta as importações americanas, com o Porto de Los Angeles registrando uma queda de quase 36% na chegada de contêineres nas últimas duas semanas. Essa situação torna urgente que ambos os países fortaleçam o apoio de parceiros alternativos em meio à guerra comercial EUA-China.

Trump, apesar de sugerir que pode aliviar as tarifas, não demonstra interesse em fazê-lo, o que poderia ser interpretado como um reconhecimento de que suas políticas prejudicam a economia americana. A Casa Branca insiste em negociações diretas entre Trump e Xi Jinping, mas nenhum dos líderes parece disposto a iniciar o contato sem concessões.

A China Busca Fortalecer Laços Globais

Xi Jinping, em sua primeira viagem ao exterior em 2024, visitou Vietnã, Malásia e Camboja, buscando fortalecer laços econômicos e comerciais. No Vietnã, que enfrenta tarifas americanas de 46%, Pequim e Hanói concordaram em fortalecer a cooperação industrial. Acordos semelhantes foram firmados na Malásia e no Camboja, que também enfrentam tarifas elevadas dos EUA, demonstrando a busca chinesa por aliados na guerra comercial EUA-China.

A China também busca cooperação com o Japão, apesar das tensões históricas. Além disso, há relatos de que a China pressiona empresas sul-coreanas a não fornecerem minerais de terras raras para empresas de defesa americanas, mostrando a disposição chinesa de usar seu poder econômico na guerra comercial EUA-China.

Pequim adverte que nenhum país deve fazer acordos com os EUA em detrimento da China, prometendo contramedidas caso isso ocorra. Hal Brands, pesquisador do American Enterprise Institute, acredita que a China busca explorar o comportamento de Trump para fortalecer laços com aliados dos EUA e países do Sul Global.

A China Ganha Terreno no Cenário Geopolítico

Pesquisas indicam que a China, pela primeira vez, é vista como tendo um impacto mais positivo no mundo do que os EUA, em parte devido à reação negativa às tarifas de Trump. Li Cheng, professor da Universidade de Hong Kong, afirma que a China ganha terreno geopolítico devido à perda de confiança nos EUA, especialmente em Trump.

A China, maior exportador mundial, e os EUA, maior importador, estão em uma posição delicada. O comércio total com a China atingiu um recorde de 43,85 trilhões de yuans em 2024, e o país é o maior parceiro comercial de grande parte do mundo. Os EUA são o maior destino das exportações chinesas, mas a China é apenas o terceiro maior parceiro comercial dos EUA.

Países presos entre os dois gigantes enfrentam uma “situação impossível”, pois precisam manter laços econômicos com ambos. Matthew Goodman, do Conselho de Relações Exteriores, destaca que esses países precisam de ambos os mercados.

A China se Prepara para o Pior

A China busca reativar acordos comerciais na Europa e intensifica seus contatos com líderes estrangeiros, como os do Quênia e do Azerbaijão. Xi Jinping critica a guerra comercial EUA-China, afirmando que ela prejudica os interesses de todos os países.

Pequim adota um tom positivo, mas reconhece os “choques externos” e se prepara para “os piores cenários”. Wang Yiwei, do Centro para China e Globalização, afirma que a China está preparada para a abordagem tarifária de Trump. Victor Gao, do mesmo centro, diz que a China está preparada para a dissociação, mesmo que isso signifique o fim do comércio bilateral. Gao, em um tom desafiador, afirma que a China, com sua longa história, sobreviverá a qualquer adversidade, incluindo a guerra comercial EUA-China.



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