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Impacto do Impeachment do Presidente Sul-Coreano nas Relações Exteriores do Japão

- 23 de dezembro de 2024

Desafios Diplomáticos: Japão, Coreia do Sul e a Influência de Trump. Entenda as complexidades da cooperação multilateral em tempos incertos.

O recente impeachment do presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol pode forçar o Japão a reavaliar suas estratégias de política externa. O governo japonês vinha trabalhando para fortalecer os laços com a Coreia do Sul, e a suspensão de Yoon pode afetar a cooperação trilateral com os Estados Unidos, especialmente sob a administração do presidente americano Donald Trump.

A estrutura de diálogo tripartite com a China também corre o risco de ser prejudicada. Além disso, há preocupações de que a Coreia do Norte, com apoio da Rússia, possa explorar o vácuo político para intensificar suas provocações.

Durante uma visita à Prefeitura de Fukushima, o primeiro-ministro Shigeru Ishiba evitou comentar diretamente sobre os assuntos internos da Coreia do Sul, mas destacou a importância contínua das relações Japão-Coreia do Sul. Ishiba estava considerando convidar Yoon para uma visita de estado ao Japão no próximo ano, em comemoração ao 60º aniversário da normalização das relações diplomáticas entre os dois países. No entanto, essa visita agora parece improvável.

Caso Yoon seja removido do cargo, um governo de esquerda, menos favorável ao fortalecimento das relações com o Japão, pode assumir o poder em Seul. Isso gera cautela no governo japonês quanto a possíveis mudanças nas políticas externas e de segurança da Coreia do Sul, especialmente em relação à China.

A cooperação em segurança entre Japão, Estados Unidos e Coreia do Sul tem sido crucial, não apenas em relação à Coreia do Norte, mas também à China. No entanto, a relutância de Trump em se envolver em cooperação multilateral e sua pressão sobre aliados quanto aos custos de estacionar tropas americanas podem complicar essa dinâmica.

O Ministro da Defesa japonês, Gen Nakatani, enfatizou a importância da cooperação entre Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos, dado o ambiente de segurança regional cada vez mais desafiador. No entanto, a unidade entre esses países pode enfrentar um teste crítico dependendo da evolução política na Coreia do Sul.

O Japão e a Coreia do Sul haviam retomado o diálogo trilateral com a China no ano passado, após quatro anos de interrupção, criando um momento para o engajamento com Pequim. O Japão, como próximo presidente desse diálogo, planejava uma reunião de ministros das Relações Exteriores no início do próximo ano, visando uma cúpula de líderes na primavera. Contudo, esses planos podem ser adiados.

Um alto funcionário do Ministério das Relações Exteriores do Japão afirmou que, por enquanto, o foco será na diplomacia bilateral entre Japão e China, buscando visitas recíprocas de ministros das Relações Exteriores.

A declaração da lei marcial na Coreia do Sul também desestabilizou os militares do país. Observadores alertam que a Coreia do Norte pode aproveitar essa desordem para lançar um míssil balístico intercontinental, explorando a interrupção na prontidão do Sul para responder a emergências.

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