O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, desmarcou sua visita ao Oriente Médio, marcado para os dias 12 e 15 de janeiro, após bombardeiro feito pelo Irã em uma das bases dos EUA no Iraque durante a noite.
Em seus planos, Abe desejava visitar a Arábia Saudita, Omã e Emirados Árabes Unidos.
Devido ao assassinato do comandante militar iraniano Qasen Soleimani, realizado a mando dos EUA na semana passada, grandes tensões estão acontecendo entre os dois países.
Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos da América, ameaçou realizar uma “grande retaliação”, caso o Teerã cumprisse a sua promessa de vingar o assassinato.
Como aliado dos EUA, Abe ainda tentou, nos últimos meses, desempenhar um papel de mediador entre o Japão e o Irã, país na qual ele possui laços de longas datas. O Japão possui relações diplomáticas com o Irã há décadas, mesmo durante a crise com o Ocidente desencadeada pela revolução islâmica em 1979 e os subsequentes atritos com o seu programa nuclear.
Em junho, quando as tensões aumentaram, após a decisão de Donald Trump de remover o acordo nuclear com Teerã, Abe ainda visitou o país para conversar com o líder supremo Ali Khamenei e o Presidente Hassan Rouhani.
Entretanto, sua visita coincidiu com um ataque suspeito a dois navios petroleiros ao mar de Omã, na costa iraniana, que novamente provocou tensões no Golfo.
Após o ocorrido, Khamenei descartou as negociações com Trump, apesar dos esforços de Abe para facilitar as coisas para o Japão.
Desde então, o Japão tem seguido uma linha tênue para equilibrar sua aliança com Washington e suas relações de longa data com o Irã.
O Japão era um dos grandes compradores de petróleo do Irã, porem teve que interromper as negociações devido as novas sanções impostas pelos EUA, depois que Washington desistiu do acordo nuclear em maio de 2018.
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