O Japão celebra o sucesso do último lançamento do foguete H2A, que encerra uma era e abre caminho para o H3. Conheça as conquistas e o futuro da exploração espacial japonesa.
O Japão marcou um momento histórico em sua jornada espacial com o 50º e último lançamento bem-sucedido do foguete H2A. No último domingo, o veículo decolou do Centro Espacial Tanegashima, na província de Kagoshima, às 1h33, colocando em órbita um satélite governamental crucial para a observação da Terra. Este lançamento triunfante encerra um ciclo de mais de duas décadas de apoio ao desenvolvimento espacial do país.
Uma Trajetória de Sucesso e Confiabilidade
A Mitsubishi Heavy Industries, responsável pela operação do H2A, celebra um feito notável: o foguete realizou 44 lançamentos consecutivos com sucesso, atingindo uma impressionante taxa de êxito de 98% desde sua estreia em 2001. Dos 50 lançamentos, apenas o sexto, em 2003, registrou falha. Essa estatística robusta comprova a alta capacidade técnica e a confiabilidade do H2A, consolidando o Japão como uma potência na exploração espacial.
Ao longo de sua trajetória, o H2A foi responsável por transportar diversos satélites de grande importância para a infraestrutura social japonesa. Entre eles, destacam-se o satélite meteorológico geoestacionário Himawari e o satélite quase zenital Michibiki, essencial para aumentar a precisão do posicionamento.
Além de satélites de infraestrutura, o H2A impulsionou missões científicas de relevância global. Ele transportou exploradores que alcançaram conquistas científicas significativas, como a sonda Hayabusa2, que trouxe amostras valiosas da superfície do asteroide Ryugu, e o módulo de pouso SLIM, que realizou um pouso bem-sucedido na superfície lunar, tornando o Japão o quinto país a conquistar esse feito.
O Último Legado do H2A e a Chegada do H3
O mais recente lançamento do H2A transportou o satélite governamental GOSAT-GW, apelidado de Ibuki GW. Sua missão é de extrema importância para o futuro do planeta, incluindo a medição dos níveis de gases de efeito estufa e o monitoramento do ciclo da água. O satélite Ibuki GW é capaz de mensurar os níveis de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa em toda a superfície terrestre, e espera-se que sua contribuição seja fundamental para as medidas de combate ao aquecimento global.
Apesar de seu histórico de sucesso, o H2A enfrentava um desafio significativo: seu alto custo de lançamento, estimado em aproximadamente ¥ 10 bilhões, dificultava a captação de encomendas para lançamentos comerciais de satélites internacionais. Por essa razão, o H2A será substituído como principal veículo espacial do Japão pelo novo foguete H3.
Desenvolvido em conjunto pela Agência Aeroespacial e de Exploração do Japão (JAXA) e pela Mitsubishi Heavy Industries, o foguete H3 visa oferecer um serviço de lançamento mais acessível – com custo cerca de metade do preço do H2A. Essa estratégia busca atender à crescente demanda global por lançamentos de satélites, posicionando o Japão de forma mais competitiva no mercado espacial. O sucesso do H2A abre caminho para uma nova era de inovação e acessibilidade na exploração espacial japonesa.
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