A magia do papel ultrafino que preserva obras-primas. Descubra como o papel de 0,02 mm está mudando a restauração cultural
HIDAKA, Kochi — Na pacata vila de Hidaka, conhecida por suas águas cristalinas do Rio Niyodo, um pequeno fabricante de papel japonês conquistou o mundo com sua inovação. A Hidakawashi Co. utiliza máquinas para produzir o papel japonês mais fino do mundo, com incríveis 0,02 milímetros de espessura e apenas 1,6 gramas por metro quadrado.
Reconhecida globalmente, a empresa fornece seu papel ultrafino a instituições renomadas, como o Museu Britânico e o Louvre, que o utilizam para a restauração de artefatos culturais.
Tradição e Inovação em Hidaka
Localizada a cerca de 30 minutos de Kochi, a Hidakawashi emprega apenas 10 pessoas, mas seu impacto é global. O presidente Hiroyoshi Chinzei destaca os desafios da produção, que exige precisão para evitar imperfeições. Esse papel ultrafino é durável, resistente ao amarelamento e à descoloração, ideal para preservar a textura original de obras de arte. Hoje, 40% das vendas da empresa estão ligadas à restauração cultural, com 90% destinadas ao mercado internacional.
Papel Tosa Washi: Um Legado Milenar
Com uma história de mais de mil anos, o papel Tosa Washi, da região de Kochi, é uma das três maiores tradições de papel do Japão, ao lado do Echizen Washi (Fukui) e do Mino Washi (Gifu). A Hidakawashi combina essa tradição com tecnologia moderna, oferecendo produtos de alta qualidade a preços acessíveis.
A empresa, fundada em 1949, passou da produção manual para a fabricação mecânica em 1969. Chinzei, após estudar e trabalhar nos EUA, voltou ao Japão para assumir os negócios da família. Em 2013, após cinco anos de pesquisa, a empresa desenvolveu o papel de 0,02 mm, conquistando o reconhecimento internacional.
Expansão Internacional e Novas Possibilidades
Com experiência em negociações internacionais, Chinzei promove os produtos da Hidakawashi em conferências e exposições no exterior, usando materiais em inglês para atrair clientes. Além disso, a empresa produz papéis em mais de 1.000 cores, com aplicações que variam de restauração cultural a decoração de interiores de hotéis e estádios.
Recentemente, o papel ultrafino foi utilizado em projetos como o Novo Estádio Nacional de Tóquio e despertou interesse nos Estados Unidos, especialmente para grandes obras de arte. Chinzei vê novas oportunidades para a expansão global dessa tecnologia única, unindo tradição japonesa e inovação.
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