Crédito: Japan Times – 29/03/2023 – Quarta
O ministro das Relações Exteriores, Yoshimasa Hayashi, está de olho em visitar a China neste fim de semana, em um esforço para corrigir os laços naufragados, enquanto Tóquio pressiona pela libertação de um cidadão japonês detido por Pequim por supostas atividades de espionagem.
Se o plano for concretizado, esta será a primeira visita à China de um importante diplomata japonês em mais de três anos após a erupção da pandemia de COVID-19 – e a dura resposta de Pequim – interromper as atividades diplomáticas.
A visita de dois dias, que supostamente poderia começar no sábado, será a primeira reunião de Hayashi com o novo ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang, desde que Qin foi nomeado diplomata em dezembro, depois de servir anteriormente como embaixador de seu país nos Estados Unidos. Diz-se que Qin convidou Hayashi para Pequim durante conversas por telefone no mês passado.
Na quarta-feira, o principal porta-voz do governo do Japão destacou a pressão de Tóquio para a libertação “o mais cedo possível” do cidadão japonês atualmente detido na China, um funcionário da Astellas Pharma na casa dos 50 anos.
“Embora não estejamos em contato direto com o detido neste momento, pedimos veementemente que nossos homólogos chineses aceitem visitas consulares desde que o caso foi descoberto”, disse o secretário-chefe do gabinete, Hirokazu Matsuno, acrescentando que o governo “continuará a fazer faz o máximo para proteger os cidadãos japoneses”.
O homem está detido em Pequim desde o início deste mês sob suspeita de violar a estrita lei de contra-espionagem da China.
Espera-se que Hayashi pressione pela libertação do japonês durante sua visita, disseram especialistas.
Benoit Hardy-Chartrand, analista do Leste Asiático baseado em Tóquio, disse que, embora Hayashi “sem dúvida” pressione pela libertação do homem, “isso levantou muita preocupação no Japão”.
“Você tem japoneses achando arriscado viajar para a China por qualquer motivo”, disse ele. “Isso, sem dúvida, afetará as relações comerciais e comerciais nos dois países.”
O último incidente envolvendo a detenção de um cidadão japonês – o 17º a ser mantido pela China desde que aprovou sua lei de contraespionagem em 2014 – foi mais um obstáculo para estabilizar os laços entre as duas maiores economias da Ásia, com algumas empresas japonesas até reconsiderando seus investimentos em China.
As discussões em torno da disputa sobre as Ilhas Senkaku controladas pelos japoneses no Mar da China Oriental também devem estar na agenda dos dois principais diplomatas.
Foto: Japan Times (Ministro das Relações Exteriores Yoshimasa Hayashi | REUTERS)