
Japão testa protótipo de canhão eletromagnético em busca de defesa contra mísseis hipersônicos. Tecnologia promissora para o futuro da segurança naval.
O Ministério da Defesa do Japão planeja um teste crucial de seu protótipo de canhão eletromagnético de última geração. Esta arma inovadora, que emprega força eletromagnética em vez de pólvora para lançar projéteis a velocidades impressionantes, será testada em um navio experimental próximo à costa japonesa em breve, conforme reportado pelo jornal Yomiuri Shimbun.
Canhão Eletromagnético: Uma Contramedida Promissora Contra Ameaças Hipersônicas
Os canhões eletromagnéticos representam uma tecnologia de ponta, sendo considerados uma potencial defesa eficaz contra armas hipersônicas, atualmente em desenvolvimento por nações como China e Coreia do Norte. O Ministério da Defesa japonês avalia a implementação destes sistemas, com o objetivo de integrá-los em navios equipados com o sistema Aegis.
Como Funciona o Canhão Eletromagnético?
O princípio de funcionamento do canhão eletromagnético envolve a passagem de uma corrente elétrica através de um par de trilhos paralelos. Este processo gera um campo magnético intenso, que impulsiona o projétil metálico dentro do canhão. A tecnologia permite alcançar velocidades e alcances significativamente superiores aos da artilharia convencional. Adicionalmente, a ausência de pólvora torna o armazenamento de munição mais seguro para o pessoal das Forças de Autodefesa do Japão (JSDF).
Aplicações Potenciais do Canhão Eletromagnético
Além de neutralizar ameaças convencionais como embarcações, aeronaves e drones, os canhões eletromagnéticos demonstram potencial para interceptar armas hipersônicas. Estas armas viajam a velocidades superiores a cinco vezes a velocidade do som, seguindo trajetórias irregulares em baixa altitude. Muitos especialistas consideram os canhões eletromagnéticos como uma tecnologia disruptiva, capaz de alterar o equilíbrio de poder estratégico.
O ministério japonês iniciou pesquisas sobre canhões eletromagnéticos no ano fiscal de 2016. Um teste de disparo offshore com um protótipo menor foi realizado no navio experimental JS Asuka no verão de 2023. O próximo teste envolverá um protótipo com dimensões próximas às de um sistema operacional real – aproximadamente seis metros de comprimento e oito toneladas de peso. Este será o primeiro teste offshore com um protótipo quase em escala real, permitindo ao ministério verificar aspectos cruciais como a precisão do alcance do alvo.
O Ministério da Defesa também estabeleceu termos de referência para colaboração em tecnologias de canhões eletromagnéticos com a França, a Alemanha e um instituto de pesquisa. Visando a implementação prática dos canhões eletromagnéticos, técnicos japoneses foram enviados ao Exército dos EUA, que suspendeu seu próprio programa de desenvolvimento, para aproveitar os dados experimentais americanos.
A implantação do canhão eletromagnético está sendo considerada para navios equipados com o sistema Aegis e em contratorpedeiros de novos modelos. Contudo, desafios como o desgaste dos trilhos causado pelos disparos, que limita a cadência de tiro e reduz a velocidade inicial, ainda precisam ser superados.
A China também tem intensificado o desenvolvimento de seus próprios canhões eletromagnéticos. Segundo o South China Morning Post, a Universidade Naval de Engenharia da China reportou ter disparado 120 projéteis em um artigo de pesquisa de novembro de 2023, sugerindo que a China pode estar “à frente do grupo, globalmente” nesta tecnologia.


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