No dia 28 de abril de 1908, parte do porto de Kobe o navio Kasato Maru. Foram 52 dias de viagem, aportou em Santos em 18 de junho de 1908. O navio Kasato Maru marcou o iniciou o fluxo imigratório no Brasil.
O navio era de propriedade russa, nomeado como Kazan. Após o fim da Guerra Russo-japonesa, o navio foi entregue às mãos japonesas como forma de indenização.
O navio desempenhou inúmeros papéis durante a sua atividade: navio hospital quando estava em posse dos russos, transportou soldados japoneses na Manchúria, transportou imigrantes japoneses para o Havaí em 1906, para o México e Peru em 1907 e no Brasil em 1908. Retornou uma vez ao Brasil desempenhando a função de navio cargueiro em 1917. O navio foi requisitado em 1942 pela Marinha Imperial do Japão e passou a integrar a esquadra japonesa na Segunda Guerra Mundial desempenhando o papel de navio cargueiro. Foi bombardeado por três aviões russos por volta das 11h15 de 9 de agosto de 1945 e afundou no mar de Bering, próxima a Península de Kamchatka. Atualmente dorme a profundidade de 18 metros no local em que foi abatido, mantendo um bom estado de conservação.
Antes da chegada do navio Kasato Maru, alguns imigrantes japoneses fixaram-se em Macaé – RJ, fundando a colônia agrícola Santo Antônio, atual município de Conceição de Macabu. No entanto, os imigrantes do Kasato Maru são considerados os primeiros imigrantes devido a continuidade no fluxo imigratório de japonês ao Brasil. O navio Kasato Maru trouxe 165 famílias (781 pessoas) direcionados para cafezais no oeste paulista.
O QUE LEVOU JAPONESES A IMIGRAREM AO BRASIL?
A Era Meiji foi marcada com a alta densidade demográfica e tensão social. O Brasil carecia de mão de obra nos cafezais do Paraná e São Paulo, o acordo bilateral migratório foi assinado em 1906.
A aceitação de imigrantes pelo Brasil foi permitida através de Decreto Lei 97 (5 de outubro de 1892), o deputado japonês Tadashi Nemoto visitou o Brasil em 1894, prospectou os estados da Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. A avaliação do deputado foi favorável, dando parecer positivo para o início do fluxo imigratório para o Brasil.
A primeira viagem estava programada para o ano de 1897, porém a queda no preço do café no mundo foi decisiva para postergar a viagem do primeiro grupo.
No ano de 1907, o governo brasileiro publicou a Lei de Imigração e Colonização, esta lei deu autonomia aos Estados para a aceitação e acomodação dos imigrantes. Em novembro do mesmo ano, o deputado Ryu Mizuno encontrou-se com o secretário da Agricultura de São Paulo, Carlos Arruda Botelho, do governador Jorge Tibiriça, visando a entrada de 3 mil imigrantes japoneses num período de 3 anos.
DIFICULDADE DE ADAPTAÇÃO
Os 793 imigrantes japoneses foram distribuídos em seis fazendas paulistas. A adaptação dos japoneses à nova realidade brasileira foi crítica. Em setembro de 1909 restaram apenas 173 japoneses nas fazendas contratantes.
A segunda embarcação, Ryojun Maru, desembarcou em 28 de junho de 1910, foram 908 imigrantes.
ASSENTAMENTOS
Em fevereiro de 1911, cinco famílias japonesas foram contempladas com lotes junto a Estação Cerqueira César, da Estrada de Ferro Sorocabana. Estas famílias foram pioneiras no plantio do algodão.
Em março de 1912, 30 famílias foram assentadas na região de Iguape, a colonização foi o mais bem-sucedido dos diversos programas de assentamento. Nesse mesmo ano houveram assentamentos na região do Paraná, região de Monte Claro.
Em agosto de 1913, 107 imigrantes foram encaminhados para Minas Gerais, em serviço de mina de ouro.
No ano de 1914, o número de imigrantes japoneses alcançava 10.000 pessoas, o Brasil passava por dificuldade econômica, suspendeu o subsídio de passagem de navio aos japoneses. A época foi marcada pelo surto de malária, levou muitos japoneses ao óbito.
Fonte: WIkipedia, ALESP
Nesse mesmo ano houveram assentamentos n… não é região de monte claro, e sim, a cidade de Ribeirão Claro, onde na fazenda Monte Claro, nasceu o primeiro descente japonês no estado do Paraná. Fonte: Bushido – Caminho do guerreiro semeador – 100 anos de presença japonesa do Paraná volume 1. Autores: Cláudio Seto e Maria Helena Uyeda