Crédito: Japan Times – 24/03/2023 – Sexta
A Agência de Imigração do Japão divulgou diretrizes esclarecendo a elegibilidade para o status de refugiado – uma novidade no país – em meio a um salto nas solicitações.
O novo documento visa organizar os critérios relativos à determinação da condição de refugiado no Japão, com a intenção de aumentar a transparência e promover a confiança no sistema, disse o Ministério da Justiça na sexta-feira.
“Incluímos pontos que devem ser levados em consideração de acordo com as mudanças nas circunstâncias em torno dos refugiados”, disse Madoka Shimozaki, porta-voz da Agência de Imigração
As diretrizes examinam precedentes judiciais domésticos, práticas passadas e também se referem ao Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, também conhecido como ACNUR. Ele também lista termos a serem considerados em relação a minorias sexuais e questões específicas de gênero que não foram previstas quando a convenção inicial foi redigida.
As minorias sexuais serão consideradas parte de “membros de determinados grupos sociais”, o que cobre a base da perseguição sob a convenção de refugiados.
Esses membros incluem indivíduos LGBTQ em países com leis que punem a homossexualidade, mulheres sujeitas a casamentos forçados e mulheres submetidas à mutilação genital feminina forçada.
“Temos realizado triagens referentes a cursos de treinamento e processos judiciais anteriores, mas, desta vez, organizamos sistematicamente os pontos-chave (necessários para) a triagem na forma deste guia”, disse Yasuhiro Hishida, diretor do Refugee Recognition Escritório.
As diretrizes definem refugiados como aqueles que estão fora de seu país de origem devido a um medo bem fundamentado de perseguição com base em fatores como raça, religião, nacionalidade, pertença a um determinado grupo social, opinião política e aqueles que não podem ser protegidos por seu país de origem ou que, por causa desse medo, não desejam receber a proteção de seu país.
Ele acrescentou que as diretrizes não iriam expandir o escopo de como os refugiados são definidos, mas sim ajudar os tomadores de decisão a fazer escolhas mais apropriadas e ajudar os requerentes a determinar como organizar seus recursos.
No ano passado, 3.772 pessoas solicitaram o status de refugiado, um aumento de cerca de 56% em relação ao ano anterior, informou a Agência de Imigração na sexta-feira.
Um total de 1.962 estrangeiros foram admitidos no Japão, sendo 202 deles reconhecidos como refugiados, enquanto a maioria, 1.760 pessoas, foi admitida com base em considerações humanitárias, como impossibilidade de retornar ao país de origem por motivos envolvendo guerra ou conflito.
Foto: Japan Times (O ministro da Justiça, Ken Saito, fala a repórteres em Tóquio na sexta-feira. | KYODO)