Crédito: Japan Times – 05/06//2023 – Segunda
A próxima eleição presidencial de Taiwan, marcada para janeiro, será um momento crucial para seus 23 milhões de eleitores, pois eles decidem os rumos que a ilha autônoma tomará pelo menos nos próximos quatro anos.
O resultado desta eleição, que ocorre em um dos períodos mais tensos da história da ilha democrática, terá profundas ramificações globais à medida que Pequim continua a intensificar a atividade militar e a pressão diplomática sobre Taiwan.
O Kuomintang (KMT), amigo do continente, enquadrou a eleição como uma escolha dura entre “paz ou guerra”, com o KMT representando a escolha pela paz, e o Partido Democrático Progressista, no poder, um voto para uma possível guerra com a China.
O candidato do DPP e atual vice-presidente do partido, Lai Ching-te, contestou esse enquadramento, dizendo que a eleição será uma escolha entre “democracia e autocracia”, na qual o partido no poder acredita que a melhor maneira de salvaguardar o futuro de Taiwan é buscar laços mais estreitos com o Estados Unidos e outras democracias por meio de diálogo não oficial.
Impedida de concorrer novamente dentro dos limites constitucionais, a atual presidente Tsai Ing-wen renunciará assim que seu sucessor for eleito, com os eleitores prontos para escolher entre três ex-prefeitos de grandes cidades: Lai do DPP, Hou You-yi da principal oposição KMT e o candidato de terceiro partido Ko Wen-je, do Partido do Povo de Taiwan (TPP).
Lai do DPP: sucessor ungido de Tsai
Lai perdeu para Tsai nas primárias presidenciais do partido em 2019 e mais tarde ingressou em sua campanha como companheira de chapa. Em janeiro, ele sucedeu Tsai como presidente do partido após a derrota esmagadora do DPP nas eleições locais de novembro.
O ex-especialista em saúde pública forjou sua experiência política localmente, servindo como prefeito de Tainan de 2010 a 2017. No final do mês passado, uma esmagadora maioria das pesquisas de opinião pública mostrou Lai liderando a corrida para ser o próximo candidato da ilha Presidente.
Lai há muito é considerado um membro “verde profundo” do partido, um termo que se refere à sua ala mais radical e pró-independência. A percepção gerou preocupações de que a presidência de Lai provocaria Pequim e exacerbaria as tensões através do Estreito.
O homem de 63 anos se descreveu anteriormente como um “trabalhador pragmático pela independência de Taiwan”, mas ajustou sua postura para atender à afirmação cautelosa de Tsai de que a ilha já é uma nação soberana que não precisa declarar formalmente a independência.
Em um movimento visto como uma tentativa de atrair os eleitores moderados, Lai enfatizou no mês passado a importância de manter o status quo.
Mas suas declarações anteriores irritaram Pequim, com as autoridades do continente frequentemente condenando-o por “brincar com fogo” ao agir como uma força “teimosa” que defende a independência de Taiwan.
Foto: Japan Times (A próxima eleição presidencial de Taiwan, marcada para janeiro, será um momento crucial para seus 23 milhões de eleitores, pois eles decidem a direção que a ilha autônoma tomará pelo menos nos próximos quatro anos. | REUTERS)