A lei 194 regula o aborto na Itália, permitindo que mulheres abortem gratuitamente até o 90º dia de gravidez.
A lei 194 está em vigor na Itália desde 1978, mas 70% dos ginecologistas ainda são contra a prática. Dos 614 hospitais, apenas 371 realizavam o procedimento, de acordo com dados do relatório do Ministério da Saúde.
Com a atual situação, um grupo de feministas fizeram o pedido pela plataforma Change.org de que a lei seja aplicada, à Giulia Grillo, ministra da saúde. O pedido já tem 100 mil assinaturas e ganhou mais visibilidade após a morte de uma mulher de 32 anos em um hospital na Sicília. A mulher morreu depois que 12 médicos se recusaram a realizar o aborto de emergência.
“Como se pode garantir assim o direito ao aborto? A solução é simplesmente aplicar a lei”, disse uma das ginecologistas do grupo feminista, Silvana Agatone, que considera a oposição ao aborto uma humilhação e abandono de paciente.
“Ponho em questão os dados do Ministério, que dizem que em 2016 houve 84.926 abortos, 2.713 a menos que em 2015. Não é verdade que haja menos abortos, mas muitas mulheres se veem obrigadas a fazê-lo na clandestinidade porque há regiões onde é muito difícil encontrar um médico que queira realizá-lo”, acrescentou Silvana Agatone.
“Não estamos dispostas nem a perder direitos nem a voltar à Idade Média. O que gostariam, na realidade, é que as mulheres voltássemos as nossas tarefas em casa”, criticou a ginecologista.
Fonte: Exame
https://exame.abril.com.br/mundo/ginecologistas-contrarios-ao-aborto-complicam-aplicacao-da-lei-na-italia/.