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Reage, Rio! Moradores de comunidade do Rio discutem sobre segurança pública

- 8 de outubro de 2018

A cidade registrou 4.039 assassinatos e 82.000 furtos de fevereiro a agosto, tiroteios em setembro foram 857.

O tema Segurança Pública no Rio de Janeiro foi discutido por profissionais da segurança pública, especialistas na área e representantes de candidatos ao governo do Estado teve a organização da revista ÉPOCA, jornais Globo e Extra, e participação da ENEL, empresa do setor elétrico.

Um dos participantes, o coronel da Polícia Militar Luís Claudio Laviano citou os benefícios trazidos pela Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), disse que os índices de criminalidade foram reduzidos, que algumas áreas degradadas no passado foram revitalizadas. O comentário deixou claro que os esforços foram concentrados nas áreas nobres da cidade, privilegiaram interesses financeiros e imobiliários, deixando para segundo plano as comunidades.

Neste período foi contabilizado a redução de roubos, 140 no ano de 2017 para 137 mil em 2018. O roubo de cargas caiu 9,5%, porém o número de mortes violentas subiu de 3.810 para 4.039. Mortes originadas por ação policial também subiu, 615 para 916 neste ano. O investimento das Forças Armadas foi de R$46 milhões, os resultados obtidos na preservação de bens foram positivos, porém a missão de salvaguardrs vidas não.

De acordo com a antropóloga Silvia Ramos, do Observatório da Intervenção, medidas que colocam a preservação de vida em segundo plano não podem ser consideradas política de segurança.

A cientista política Ilona Szabó lembrou que 166 mil alunos ficaram impossibilitados de ir às escolas devido a violência no ano passado.

SEM SEGURANÇA PÚBLICA, A DEMOCRACIA ESTÁ AMEAÇADA

O aplicativo Onde Tem Tiroteio contabiliza duas crianças mortas e 14 feridas no primeiro semestre deste ano. Dados da Secretaria Municipal de Educação informou que, das 1.537 unidades de ensino do município, pelo menos 479 escolas permaneceram fechadas ao menos um dia, 655 mil alunos foram afetados.

O Complexo da Maré, composta de 16 favelas e uma população de 140 mil pessoas teve 35 dias de escolas fechadas, isto representa 17% do total do ano letivo de 2017, ou seja, durante a vida escolar, uma criança moradora do Complexo da Maré perde um ano de aprendizado em relação às outras partes do Rio.

A implantação de UPP’s em 2008 trouxe de imediato a aparente pacificação de algumas comunidades do Rio, moradores passaram a ter acesso a serviços públicos, expansão de unidades de saúde, creches e escolas, instituições interditadas no passado devido à falta de segurança voltaram a funcionar.

A iniciativa privada também respondeu positivamente a esta fase, redes de supermercado, comércio de varejos, prestadoras de serviços de telefonia, internet, TV a cabo e bancos investiram nestas regiões, contrapondo com convicções preconceituosas que acreditam que estas áreas são sustentadas pelo tráfico de drogas.

Infelizmente todo este programa foi deixado de lado e as UPP’s respiram atualmente por aparelhos na UTI, os confrontos armados entre policiais – criminosos – facções rivais põem em risco a vida de civis e agentes de segurança e interrompem serviços básicos nessas comunidades.

Vale lembrar que a polícia carioca é a que mais mata, mas também é a que mais morre.

Fonte: Revista ÉPOCA

https://epoca.globo.com/moradores-de-comunidade-do-rio-comentam-que-especialistas-discutem-sobre-seguranca-23131084