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Estudante Universitária Japonesa Enfrenta Discriminação por Nome Estrangeiro em Processo de Emprego

- 20 de julho de 2024

Ministério do Trabalho do Japão Contra a Discriminação Políticas e recomendações para combater preconceito no mercado de trabalho.

TÓQUIO – Uma estudante universitária de 20 anos, nascida e criada no Japão, aguardava ansiosamente a resposta de um site de busca de emprego para recém-formados quando enviou sua inscrição. No entanto, a resposta que recebeu exemplificou as dificuldades que enfrentou no Japão por ter um pai estrangeiro e adotar o sobrenome dele.

A mensagem dizia: “É muito difícil para nós dizer isso, mas nossa empresa não está recrutando estudantes estrangeiros. Lamentamos profundamente.” Confusa, a jovem pensou: “Por que essa conversa de ‘estudantes estrangeiros’ aqui? Eu sou japonesa.”

Resposta da Estudante

A estudante, enxugando as lágrimas, respondeu: “Para começar pela conclusão, eu sou japonesa. Lamento muito que você tenha me tomado por estrangeira só por causa do meu nome. É muito rude presumir que uma pessoa é, ou não, estrangeira com base apenas na aparência ou no nome da pessoa. Espero que você nunca mais faça isso no futuro. Estou me recusando a registrar uma solicitação na sua empresa desta vez.”

Repercussão nas Redes Sociais

O incidente, ocorrido em meados de maio, tornou-se viral quando a jovem postou sua frustração em uma rede social. A mensagem veio de um funcionário de relações pessoais de uma empresa de consultoria para a qual ela havia se candidatado. A estudante, filha de pai nigeriano e mãe japonesa, possui nacionalidade japonesa e adotou o sobrenome do pai. Seu nome do meio é escrito em katakana, a escrita para palavras estrangeiras, enquanto seu primeiro nome é em hiragana, a escrita para palavras japonesas.

Experiências de Discriminação

Nascida e criada no Japão, a jovem nunca esteve na Nigéria. Ela sempre se considerou japonesa, apesar de parte de sua origem étnica ser nigeriana. No entanto, ela enfrentou discriminação desde cedo. Na escola, colegas perguntavam sobre sua pele negra e cabelo cacheado. Ao procurar um apartamento, uma funcionária de uma imobiliária questionou sua nacionalidade. Trabalhando em um supermercado, clientes elogiavam seu “bom japonês”, o que a fazia sentir-se negada em sua própria identidade.

Desculpas da Empresa

A empresa em questão, World System Consultant, sediada em Tóquio, pediu desculpas à estudante. “Lamentamos muito ter ofendido você pela forma como reagimos. Levaremos isso a sério e melhoraremos nossas práticas no futuro. Percebemos que fizemos um ato muito vergonhoso.” No entanto, a empresa se recusou a ser entrevistada pelo Asahi Shimbun.

Outros Casos de Discriminação

Este não é um caso isolado. Em 2022, a operadora da rede de restaurantes Yoshinoya Holdings Co. confundiu uma estudante japonesa com uma estrangeira por causa de seu nome e a rejeitou de um evento de recrutamento. Em uma pesquisa de 2021, 40% dos entrevistados de origem estrangeira disseram ter sofrido discriminação em processos de emprego.

Posição do Ministério do Trabalho

O Ministério do Trabalho do Japão tem uma política contra discriminação no emprego com base em origens étnicas ou outras. “Suposições feitas pelas empresas contratantes com base apenas em informações unilaterais podem levar à discriminação no emprego. Esperamos que elas abram as portas para uma ampla gama de candidatos e os selecionem com base em suas aptidões e capacidades”, disse um funcionário do Escritório de Apoio ao Emprego.

Conclusão

A história da estudante universitária destaca a necessidade de maior conscientização e inclusão no Japão. A discriminação com base em nomes ou aparência deve ser combatida para garantir que todos os indivíduos sejam tratados com respeito e igualdade.

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