Disparidade Salarial entre Japão e Coreia do Sul. Coreia do Sul oferece salários mais altos, atraindo mais trabalhadores.
O número de residentes estrangeiros no Japão está crescendo, mas o país enfrenta dificuldades para atrair trabalhadores braçais do exterior, mesmo com ofertas de emprego. Em Hiroshima, cinco dos dez trabalhadores indonésios contratados para construção naval e soldagem recusaram as vagas, preferindo ofertas da Coreia do Sul, onde o salário por hora é significativamente maior.
Um representante de uma organização de recolocação de trabalhadores estrangeiros comentou sobre a disparidade salarial, reconhecendo a dificuldade em competir com a Coreia do Sul, que oferece 1.700 ienes por hora contra os 1.200 ienes oferecidos no Japão. A indústria de construção naval sul-coreana está agressivamente recrutando trabalhadores de outras partes da Ásia.
Em Onomichi, Hiroshima, cerca de 270 dos quase 700 trabalhadores do parque industrial da ilha de Innoshima são estrangeiros, com uma grande presença de indonésios. Empresas como a Innoshima Tekko Ltd. dependem fortemente de seus funcionários estrangeiros e estão implementando medidas para atender melhor às necessidades de seus trabalhadores muçulmanos, como a criação de locais para lavagem antes das orações.
Swatno, um trabalhador indonésio de 37 anos, voltou ao Japão em 2023 com um visto de “trabalhador qualificado especificado”. Ele lidera um grupo de soldadores internacionais e destaca que muitos indonésios estão optando pela Coreia do Sul devido aos salários mais altos e às oportunidades de horas extras.
Coreia do Sul Atrai Trabalhadores Estrangeiros com Melhores Salários
A Coreia do Sul enfrenta uma crise demográfica com uma das taxas de natalidade mais baixas do mundo, o que impulsiona a necessidade de trabalhadores migrantes. O país está recrutando ativamente trabalhadores “não qualificados” do Sudeste Asiático para preencher lacunas em indústrias como construção naval e outras.
O Sistema de Permissão de Emprego da Coreia do Sul permite que trabalhadores migrantes trabalhem por até quatro anos e 10 meses, com a possibilidade de renovação do visto e eventual residência permanente. Em 2023, a cota de trabalhadores migrantes foi aumentada para 165.000, refletindo a crescente demanda por mão de obra estrangeira.
Empresas sul-coreanas, especialmente pequenas e médias, dependem cada vez mais de trabalhadores estrangeiros. A HTM, uma empresa de processamento de metais, emprega vários vietnamitas e indonésios, com alguns trabalhadores buscando residência permanente.
Competição entre Japão e Coreia do Sul
A Coreia do Sul oferece salários mais altos e um ambiente de trabalho mais atraente para trabalhadores migrantes. O salário mínimo por hora na Coreia do Sul é superior ao de Tóquio, e a língua coreana é considerada mais fácil de aprender do que o japonês.
A competição entre Japão e Coreia do Sul por mão de obra estrangeira está se intensificando, e espera-se que continue nos próximos anos, com ambos os países buscando soluções para suas crises demográficas e necessidades de mão de obra.
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