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Museu em Kyoto Promove História de Comunidade Coreana com Apoio de Estudantes

- 21 de agosto de 2024

Estudantes Estrangeiros e a História de Utoro. Universidade Ritsumeikan apoia a preservação histórica.

Estrangeiros

KYOTO (Kyodo) — Um novo estágio foi lançado no Museu Memorial da Paz de Utoro, em Uji, Prefeitura de Kyoto, com o objetivo de contar a história do distrito de Utoro, onde coreanos étnicos historicamente enfrentaram discriminação. A iniciativa visa promover a história da comunidade internacionalmente, utilizando estudantes estrangeiros que vivem no Japão.

Envolvimento dos Estudantes Estrangeiros

Estudantes estrangeiros da Universidade Ritsumeikan foram recrutados para apoiar o museu, retransmitindo as histórias do distrito. Utoro é conhecido por abrigar trabalhadores coreanos e seus descendentes, recrutados para construir um campo de aviação durante a Segunda Guerra Mundial. Muitos desses trabalhadores sobreviveram à discriminação e enfrentaram preconceito após a guerra.

Interação com a Comunidade

A equipe do museu recebeu os estudantes calorosamente, destacando a oportunidade de interação entre os moradores de Utoro e pessoas de diversas nacionalidades. Em 23 de junho, durante a abertura do Utoro Café no museu, moradores se misturaram com estudantes estrangeiros e japoneses enquanto apreciavam comida coreana e outros pratos.

Han Gum Bong, uma mulher de 85 anos que imigrou para o distrito com sua família, expressou sua felicidade: “Eu tive uma vida difícil. Agora estou feliz em ver tantas pessoas vindo ao museu”.

História e Objetivos do Museu

Inaugurado em abril de 2022, o museu comemora a história do Japão e da Península Coreana, homenageando os coreanos zainichi, que residem há muito tempo no distrito de Utoro. Quase uma dúzia de estudantes estrangeiros do Vietnã, Coreia do Sul, Estados Unidos e outros países participam do programa de estágio. Suas atividades incluem atuar como guias turísticos, traduzir painéis de exposição do japonês para o inglês e entrevistar moradores do distrito.

Visitas e Atividades

Os estagiários também visitaram o distrito de Tsuruhashi, em Osaka, conhecido como um dos maiores Koreatowns do Japão, para aprender sobre a história dos coreanos zainichi e compartilhar suas atividades nas redes sociais em inglês.

Carlos Márquez, 21 anos, líder do grupo de estagiários, imigrou da Cidade do México para os Estados Unidos com sua família quando era estudante do ensino médio. Refletindo sobre sua experiência, ele disse: “Eu não conseguia um emprego de meio período, mesmo morando legalmente nos EUA (com meu visto na época), era como estar em uma zona cinzenta”. Carlos concentrou seus esforços de voluntariado em combater o preconceito contra latino-americanos e as disparidades que enfrentam nos Estados Unidos. Ele notou semelhanças entre sua experiência e a história de Utoro.

Han Sea On, 24, de Seul, soube sobre Utoro por meio de um programa de TV coreano e decidiu participar do estágio. Ela ficou impressionada com a recepção calorosa dos residentes: “Acho que cada um deles pode ser uma ponte para as relações Japão-Coreia. Também é importante apelar para a comunidade internacional usando o inglês”.

Impacto e Futuro

Kim Su Fan, vice-diretor do museu, destacou que moradores que tinham dificuldade de se relacionar com japoneses agora estão interagindo com pessoas de muitos países diferentes. Ele acrescentou: “Podemos dizer às pessoas (em inglês) ao redor do mundo que estão enfrentando dificuldades em suas próprias vidas que há pessoas no Japão que estão conseguindo superar isso fazendo o melhor que podem”.

Contexto Histórico

De acordo com o museu, os coreanos zainichi foram submetidos a trabalhos exaustivos de construção de aeroportos durante a guerra. Após a libertação da Coreia do domínio colonial japonês em 1945, muitos coreanos no Japão não tinham condições de retornar à sua terra natal ou estavam relutantes em voltar para uma Península Coreana recém-dividida, permanecendo no distrito como ocupantes ilegais.

Apesar das condições adversas ao longo dos anos, coreanos de todo o Japão se mudaram para Utoro, vendo-o como um lugar onde poderiam apoiar uns aos outros, criar famílias e construir uma comunidade unida. Melhorias significativas foram feitas nos últimos anos, incluindo a compra de terras e a construção de novos complexos habitacionais.

Desafios Atuais

Incidentes motivados pelo sentimento anticoreano em Utoro ainda ocorrem, refletindo a discriminação sistêmica no Japão. Um exemplo recente é o incêndio criminoso de 2021, considerado um crime de ódio.


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