Sanseito propõe que pacientes terminais cubram gastos médicos no Japão. Entenda a polêmica visão do partido sobre tratamentos que prolongam a vida.
O partido de oposição Sanseito, em ascensão no cenário político japonês, propõe que pacientes terminais cubram integralmente as despesas médicas de tratamentos que prolongam a vida. A medida visa conscientizar sobre a importância da economia pessoal para um “bom morrer”, segundo o líder do partido, Sohei Kamiya. Essa proposta, que impacta diretamente os custos médicos do país, tem gerado debate e levanta questões bioéticas importantes no Japão.
Por Que a Proposta de Pagamento Total?
Sanseito defende que “tratamentos excessivos para prolongar a vida” são um fator que eleva os custos gerais da saúde no Japão. A plataforma do partido, anunciada em junho, sugere que procedimentos de suporte à vida, como gastrostomias e administração de soro intravenoso, não seriam realizados como regra geral.
A visão do partido sobre a gestão de recursos na saúde levanta discussões sobre a autonomia do paciente e a responsabilidade individual no sistema de saúde. A proposta impacta diretamente a vida de pacientes terminais e seus familiares, exigindo uma reavaliação de como os cuidados de fim de vida são administrados no país.
Reação do Governo e Debate Nacional
O ministro da saúde, Takamaro Fukuoka, expressou uma visão negativa sobre o plano do Sanseito. Ele enfatizou que a questão dos cuidados no fim da vida é um tema complexo, intrinsecamente ligado à bioética, e que requer uma discussão nacional aprofundada antes de qualquer decisão.
A postura do governo indica que o assunto é delicado e não pode ser tratado apenas sob a ótica econômica, mas também sob o prisma dos valores humanos e éticos. O debate sobre os direitos de pacientes terminais e a função do Estado na garantia da saúde é central nessa discussão.
Sanseito: Um Perfil Conservador e Nacionalista
Fundado em 2020, o Sanseito é um partido com uma plataforma que prioriza os interesses japoneses, opondo-se à “aceitação excessiva” de estrangeiros. Além disso, adota uma postura conservadora em outras questões, como a Constituição, e é contra a introdução de um sistema que permitiria o uso de sobrenomes diferentes por casais casados.
O partido tem demonstrado um crescimento notável, conquistando três cadeiras na eleição para a Câmara Baixa em outubro e outras três na eleição para a assembleia metropolitana de Tóquio. Com a ambição de aumentar sua força de duas para dez cadeiras na eleição da Câmara Alta em 20 de julho, o Sanseito busca solidificar sua influência na política japonesa, especialmente em pautas que tocam diretamente a saúde dos pacientes e a identidade nacional.


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