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Negociações em Genebra tentam criar tratado global contra resíduos plásticos

- 6 de agosto de 2025
Tratado internacional sobre resíduos plásticos enfrenta impasses em Genebra. Japão lidera esforços por acordo antes do fim de 2024.

Tratado internacional sobre resíduos plásticos enfrenta impasses em Genebra. Japão lidera esforços por acordo antes do fim de 2024.

As negociações para criar um tratado internacional sobre resíduos plásticos serão retomadas nesta terça-feira em Genebra. A iniciativa busca estabelecer um acordo global para combater a poluição causada por plásticos descartáveis, um dos maiores desafios ambientais da atualidade.

Apesar do avanço nas conversas anteriores, divergências profundas entre os países ameaçam inviabilizar o acordo. O Japão, atuando de forma ativa nas deliberações, tem solicitado cooperação internacional para superar os entraves e garantir a conclusão do tratado ainda em 2024.


Disputas entre países dificultam consenso

A ONU tentou finalizar o tratado durante reunião anterior em Busan, Coreia do Sul, em 2023, mas a resistência dos países produtores de petróleo impediu o avanço. Essa nova rodada em Genebra é vista como decisiva, podendo ser a última chance para firmar o compromisso antes do prazo estabelecido.

O Ministro do Meio Ambiente do Japão, Keiichiro Asao, declarou que, embora existam incertezas, o país continuará engajado de forma construtiva para buscar um resultado positivo.


Impacto global dos resíduos plásticos

Plásticos não se degradam facilmente na natureza. Carregados por rios e oceanos, atravessam fronteiras, afetando ecossistemas em escala global. Em 2022, a Assembleia Ambiental da ONU aprovou uma resolução para criar um tratado juridicamente vinculante contra a poluição plástica. Mais de 170 países participam do processo, debatendo temas como:

  • Redução da produção de plásticos,
  • Restrições ao uso de descartáveis,
  • Promoção da reciclagem.

Países em conflito sobre as metas

Países insulares e a União Europeia apoiam propostas rigorosas, incluindo a proibição de produtos plásticos nocivos e metas globais de redução. Já nações como Rússia e Arábia Saudita se opõem fortemente, alegando impacto negativo sobre suas exportações de petróleo e defendendo o uso de plásticos em setores como o médico.

Como resultado, a reunião de Busan produziu apenas um rascunho preliminar. O embaixador Luis Vayas, que presidiu os debates, afirmou que ainda há muito trabalho pela frente.


Japão propõe solução equilibrada

Durante as negociações, o Japão tem defendido medidas flexíveis, que levem em conta a realidade de cada país. Em 2019, o país lançou a “Visão do Oceano Azul de Osaka”, com o objetivo de acabar com a poluição plástica nos oceanos até 2050.

Nas atuais discussões, Tóquio atua como mediador, buscando conciliar interesses divergentes e evitar o colapso das negociações.


Incertezas políticas no cenário internacional

A possível reeleição de Donald Trump nos EUA também preocupa os negociadores. Trump já criticou medidas ambientais, como a substituição de canudos plásticos, e pode alinhar os Estados Unidos aos países produtores de petróleo.

Com o prazo final se aproximando, diplomatas temem que o impasse atual leve à estagnação do projeto.

“Se não houver acordo agora, corremos o risco de perder toda a mobilização até aqui”, alertou um alto funcionário do Ministério do Meio Ambiente japonês.

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