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Mar poluído por plásticos surge como desafio urgente no Japão

- 21 de agosto de 2025
Mar poluído por plásticos desafia prefeituras do Japão e pede ação internacional e doméstica com foco na redução de resíduos.

Mar poluído por plásticos desafia prefeituras do Japão e pede ação internacional e doméstica com foco na redução de resíduos.

O mar poluído por plásticos representa uma ameaça crescente às prefeituras ao longo do Mar do Japão. O problema decorre do acúmulo de resíduos marinhos vindos de países asiáticos, que dificulta a preservação ambiental e mobiliza autoridades e sociedade civil.


Interferência estrangeira agrava o problema

Resíduos trazidos de países como China, Taiwan e Coreia do Sul chegam a cidades como Tsushima, na província de Nagasaki. Recipientes e garrafas plásticas cobrem as praias, reaparecendo após chuvas fortes ou tufões. Estima-se que entre 30 000 e 40 000 m³ de lixo apareçam anualmente na costa — mais da metade composta por plásticos. Garrafas chinesas e taiwanesas representaram 54 % do total; 38 % vieram da Coreia do Sul.


Falhas nas negociações internacionais

Em reunião na Suíça, governos buscavam firmar o primeiro tratado global para prevenir a poluição marinha por plásticos. Contudo, as discussões se encerraram na sexta-feira sem consenso, gerando apreensão com possíveis atrasos em medidas mais efetivas contra esse problema.


Japão sob pressão interna e externa

O Japão é um dos maiores geradores de resíduos plásticos do mundo e enfrenta crescente pressão para liderar soluções, tanto nacional quanto internacionalmente. O país pretende fornecer assistência técnica a nações asiáticas, treinar 10 000 colaboradores em gestão de resíduos e fomentar sistemas de coleta e triagem eficazes. No entanto, a eficácia dessas ações depende da colaboração dos países geradores.


Poluição doméstica e impacto global

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a maioria das garrafas encontradas nas costas do Mar Interior de Seto e do Pacífico é de origem doméstica. O professor Hirofumi Hinata (Universidade de Ehime), especialista em oceanografia, atribui esse fenômeno às correntes e ventos costeiros. Parte do plástico lançado no Pacífico alcança até os Estados Unidos. Em 2015, o Japão foi o segundo maior gerador per capita de resíduos de embalagens plásticas no mundo, com 32 kg por pessoa por ano.


Ações públicas e privadas em andamento

A Kirin Holdings promove garrafas sem rótulos, com o objetivo de contribuir para uma economia circular e reduzir o impacto ambiental.
Desde 2022, a Lei de Circulação de Recursos Plásticos exige que estabelecimentos — como conveniências, hotéis e restaurantes — apresentem planos para reduzir o uso de plásticos. Contudo, penalidades vigoram apenas para grandes empresas, limitando ações de pequenos estabelecimentos. Um restaurante em Tóquio relata: “O plástico é mais barato e os clientes preferem, então não podemos trocar para papel.”


Riscos invisíveis e urgência nas políticas

Plásticos expostos ao sol e vento se transformam em microplásticos — fragmentos menores que 5 mm. Há crescente preocupação com os riscos à saúde humana ao consumir peixes contaminados por microplásticos. Um alto funcionário do Ministério do Meio Ambiente afirmou que o Japão continuará promovendo negociações internacionais ao mesmo tempo em que fortalece as iniciativas nacionais.

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