Descoberta de ossos humanos na Mina Chosei no Japão levanta debate sobre memória histórica e vítimas coreanas da guerra.
A recente descoberta de ossos humanos na antiga Mina Chosei, localizada na província de Yamaguchi, Japão, reacendeu o debate sobre os trabalhadores forçados coreanos mortos durante a Segunda Guerra Mundial. A polícia confirmou que os restos mortais encontrados por mergulhadores coreanos pertencem a seres humanos, embora não tenha sido possível determinar a identidade ou idade das vítimas.
Grupo japonês reforça vínculo com vítimas da mina
O grupo Kizamu Kai, que atua na busca por restos mortais de vítimas da guerra, afirmou que os ossos pertencem a cerca de 180 trabalhadores forçados, sendo a maioria coreanos, mortos no desabamento da mina em 1942. A representante Yoko Inoue declarou emocionada: “Eu estava esperando por este dia”.
Histórico da Mina Chosei e o acidente de 1942
- A mina submarina iniciou suas atividades em 1914.
- Em fevereiro de 1942, um colapso no teto de um dos poços causou uma inundação.
- O acidente matou 183 trabalhadores, incluindo 136 coreanos e 47 japoneses.
O local permaneceu esquecido por décadas até que, em 1991, cidadãos iniciaram investigações para preservar a memória das vítimas e erguer um memorial.
Trabalho forçado e contexto histórico
Durante a guerra, o Japão recrutou centenas de milhares de coreanos para suprir a escassez de mão de obra. Muitos foram obrigados a trabalhar em minas e fábricas sob condições extremas. Historiadores apontam que esse recrutamento forçado foi parte de uma política sistemática de exploração colonial.
Diplomacia e memória histórica
A descoberta dos ossos ocorreu dias após uma cúpula entre o primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba e o presidente sul-coreano Lee Jae Myung. O encontro buscou fortalecer laços bilaterais e superar divergências históricas, como as relacionadas às compensações de guerra e às chamadas “mulheres de conforto”.
Busca por justiça e reconhecimento
Apesar da relutância do Ministério da Saúde e Bem-Estar do Japão em financiar as buscas, o grupo Kizamu Kai continua os trabalhos por conta própria. O governo japonês afirma que as questões de compensação foram resolvidas em 1965, mas as demandas coreanas persistem, especialmente diante da pressão internacional por justiça histórica.


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