Descubra como a inovação e adaptação são cruciais para a evolução dos eletrônicos japoneses.
A trajetória dos eletrônicos japoneses apresenta um desafio crescente: superar o legado de conquistas passadas e investir em inovação real. Marcas como Sharp, Sony e Panasonic sempre foram sinônimo de engenharia de ponta — de calculadoras totalmente transistorizadas a televisores de parede, do Walkman às filmadoras com estabilização, até as icônicas panelas de arroz elétricas. Hoje, esse legado se encontra frente a um mercado global que se transforma rapidamente.
Desafios contemporâneos
A queda de marcas tradicionais
- Sharp reduziu a fábrica de Kameyama e interrompeu a produção de painéis LCD.
- Sony direciona seus esforços ao entretenimento.
- Panasonic considera até sair do ramo de TVs — uma pesquisa de 2021 revelou que metade dos jovens de 20 anos nem reconhecem a marca.
Concorrência acirrada vinda da China
Marcas como Haier oferecem lavadoras completas por cerca de 78 000 ienes, priorizando funções práticas como ciclos de centrifugação e eliminação de vincos.
Os robôs aspiradores da Roborock unem sensores avançados, limpeza automatizada, subida de soleiras e autolimpeza por cerca de 280 000 ienes.
A confiança em marcas emergentes cresce à medida que os consumidores valorizam inovações úteis — mesmo em compras duráveis.
O dilema do inovador e a lição do iPhone
Os analistas apontam um padrão: as empresas japonesas frequentemente refinam tecnologias existentes sem abraçar rupturas. Os celulares japoneses ofereciam internet móvel desde cedo, mas o iPhone revolucionou tudo de forma quase instantânea. O Walkman definiu a música portátil — até o iPod, com foco em dados, assumir o protagonismo. Essa abordagem, chamada de “Galápagos”, enfatiza a adaptação local em vez da criação global de novas categorias.
Ponto forte e caminho adiante
Mesmo assim, o Japão não está fora do jogo. Mantém liderança global em componentes para smartphones e semicondutores.
O verdadeiro desafio é usar essas capacidades para criar produtos verdadeiramente inéditos — ir de 0 para 1.
Lançar TVs de tela plana foi surpreendente em sua época; hoje, a competição por milímetros de espessura perde relevância diante da criação de novas categorias que tragam benefícios claros aos consumidores.
Para reconquistar o mercado global, as marcas japonesas devem focar em inovação disruptiva — produtos com efeitos imediatos para o usuário e com expansão global, não apenas melhorias incrementais.
Resumo final
O futuro dos eletrônicos japoneses depende de resgatar o espírito pioneiro. É hora de ir além das melhorias técnicas do passado e liderar com inovação disruptiva, criando novos mercados e impactando globalmente.


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