O testamento de Kosuke Nozaki, o “Don Juan de Kishu”, é validado pela justiça japonesa, destinando 1,3 bilhão de ienes à cidade de Tanabe. Conheça os detalhes do caso.
O Tribunal Superior de Osaka confirmou a validade do testamento de Kosuke Nozaki, o empresário conhecido como “Don Juan de Kishu”. A decisão judicial mantém a doação de toda sua fortuna, avaliada em cerca de 1,3 bilhão de ienes, para a cidade de Tanabe, na província de Wakayama. A batalha judicial foi travada após os parentes de Nozaki questionarem a autenticidade do documento, alegando falsificação.
Nozaki, que construiu seu império com empréstimos e venda de bebidas alcoólicas, era uma figura excêntrica e proeminente. Ele tinha o hábito de guardar grandes quantias em dinheiro e metais preciosos em casa. Em uma entrevista, chegou a declarar: “Este relógio custou 4,5 milhões de ienes. Normalmente, guardo cerca de 700 milhões de ienes em casa.”
A controvérsia sobre o testamento
A morte súbita de Nozaki em 2018 por envenenamento por estimulantes desencadeou a descoberta de um testamento escrito à mão com tinta vermelha. O documento, simples e direto, afirmava: “Deixo todos os meus bens pessoais para a cidade de Tanabe. Kosuke Nozaki”.
Em 2020, os parentes de Nozaki iniciaram um processo judicial para anular o testamento. Eles argumentaram que a caligrafia parecia não natural e que não havia motivo racional para a doação de uma fortuna tão grande à cidade. No entanto, o Tribunal Distrital de Wakayama validou o documento, reconhecendo que a caligrafia possuía características únicas do falecido.
Apesar da decisão, os familiares recorreram, insistindo que a assinatura poderia ter sido copiada de outro documento. O Tribunal Superior de Osaka, no entanto, rejeitou o recurso em 19 de setembro. A corte afirmou que a semelhança com outra assinatura não é prova suficiente de falsificação, confirmando a decisão do tribunal inferior.
O mistério por trás da morte
O caso do testamento se cruza com o mistério em torno da morte de Nozaki. Sua esposa, na época com 29 anos, foi acusada de assassinato. No entanto, em dezembro do ano passado, o Tribunal Distrital de Wakayama a absolveu, uma decisão que a promotoria já recorreu. O desenrolar desses eventos adiciona uma camada de complexidade e drama à história da herança, que agora está legalmente destinada à cidade de Tanabe.


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