Fotos de Shoko Asahara, fundador do Aum Shinrikyo, e seu filho, o segundo líder do Aleph, estão sendo exibidas em instalações do Grupo Sucessor Aum Shinrikyo, levantando preocupações sobre a persistência de sua ideologia.
Quase 30 anos após o devastador ataque com gás sarin no metrô de Tóquio, em 1995, a influência do culto Aum Shinrikyo, responsável por vários atos de terrorismo mortal, persiste no Japão. O Aum foi dissolvido, mas seus grupos sucessores continuam ativos. O Aleph, considerado o maior desses grupos, está sob vigilância intensa das autoridades japonesas.
A Agência de Inteligência de Segurança Pública (PSIA) tem monitorado de perto as instalações do Grupo Sucessor Aum Shinrikyo, que muitas vezes se assemelham a casas comuns, com câmeras de vigilância nas entradas. A preocupação é a devoção contínua aos ensinamentos do fundador Shoko Asahara (Chizuo Matsumoto), executado por seu papel nos ataques.
Fotos e o Novo Líder do Aleph
Em maio de 2025, uma inspeção da PSIA em uma instalação do Aleph em Yokohama revelou a exposição de fotos de Asahara lado a lado com imagens de seu filho na infância. O filho, que hoje tem 31 anos, é uma figura central na estrutura atual do grupo.
O filho de Asahara se autodenomina o “segundo líder” do grupo, e a Comissão de Exame de Segurança Pública já o identificou formalmente como um oficial do Aleph. A influência dessa nova liderança é palpável, e suas ações são observadas com extrema cautela pelas autoridades, como ressaltou Satoshi Onodera, funcionário da PSIA.
“O perigo de se envolver em assassinatos em massa indiscriminados não mudou em nada. Diante disso, as ações do filho, nomeado por Asahara como seu sucessor, devem ser observadas com extrema cautela”, alertou Onodera.
Devoção Contínua e Recusa em Compensar Vítimas
A persistência da influência de Asahara é evidente em outras instalações do Grupo Sucessor Aum Shinrikyo. Em Yashio, na província de Saitama, as autoridades descobriram um santuário dedicado à imagem de Asahara. Materiais ligados ao fundador também foram encontrados em outros locais inspecionados.
A PSIA enfatiza que o Aleph continua a tratar Asahara e seus ensinamentos como “absolutos”.
Um ponto crucial de conflito é a recusa do Aleph em indenizar as vítimas dos ataques do Aum. A Comissão de Exame de Segurança Pública concluiu que esta recusa é uma decisão política tomada pelo filho de Asahara em sua posição de oficial sênior, reforçando sua atuação direta na política do Grupo Sucessor Aum Shinrikyo.
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