A eleição em Tóquio reacende tensões diplomáticas sobre o Santuário Yasukuni e seus impactos nas relações com China e Coreia do Sul.
A corrida pela liderança do Partido Liberal Democrata (PLD) em Tóquio reacendeu o debate sobre o polêmico Santuário Yasukuni, símbolo do passado militarista japonês. A forma como o novo líder lidará com essa questão pode influenciar diretamente os laços diplomáticos com Coreia do Sul e China.
Visitas ao Santuário Yasukuni e repercussões internacionais
Três dos cinco candidatos à presidência do PLD visitaram o santuário em 15 de agosto, data que marca os 80 anos da rendição japonesa na Segunda Guerra Mundial. Entre eles, destacam-se Sanae Takaichi e Shinjiro Koizumi, líderes nas pesquisas recentes. O santuário homenageia milhões de mortos, incluindo criminosos de guerra, o que gera forte reação dos países vizinhos.
A liderança do PLD e o futuro político do Japão
O vencedor da eleição do PLD pode assumir o cargo de primeiro-ministro, embora a coalizão com o partido Komeito não tenha maioria parlamentar. A última visita oficial ao santuário foi em 2013, por Shinzo Abe, cuja ação gerou indignação internacional.
Impacto nas relações com Coreia do Sul e China
Especialistas como Tsuneo Watanabe alertam que uma visita ao Yasukuni por um novo premiê pode prejudicar os esforços de cooperação com a Coreia do Sul. Takaichi, que busca ser a primeira mulher a liderar o Japão, evitou declarar sua posição sobre futuras visitas. Já Koizumi, possível premiê mais jovem do pós-guerra, também não se posicionou claramente.
A postura dos candidatos e o cenário geopolítico
Shigeru Ishiba, atual primeiro-ministro, é conhecido por evitar o santuário. Ele se encontrou com o presidente sul-coreano Lee Jae Myung em Busan, reforçando a importância dos laços bilaterais. Li Hao, professor da Universidade de Tóquio, afirma que evitar o Yasukuni é essencial para melhorar as relações com a China, que tem se mostrado mais assertiva territorialmente3.
Candidatos e suas visões sobre política externa
Além de Takaichi e Koizumi, os outros três candidatos — Hayashi, Kobayashi e Motegi — têm formação em Harvard e defendem o fortalecimento dos laços com os Estados Unidos. A política externa japonesa deve manter seu foco estratégico, mesmo com mudanças na liderança.


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