Venda de envelopes de caixa eletrônico gratuitos de bancos no Mercari, Japão, levanta questões legais e morais. Entenda o furto e o baixo lucro.
Tóquio testemunha uma tendência bizarra no serviço japonês de mercado de pulgas online Mercari: a venda de envelopes de caixa eletrônico. Embora a plataforma já tenha visto itens incomuns como fotos de ultrassom à venda, a comercialização destes envelopes viola tanto o bom senso comercial quanto a lei.
Esses pequenos envelopes de depósito, que são distribuídos gratuitamente perto de caixas eletrônicos, estão sendo vendidos em conjuntos, muitas vezes de 150 unidades por cerca de 300 ienes. O mais estranho é que eles esgotam rapidamente.
Por Que Essa Venda é Problemática?
A situação é peculiar por dois motivos principais:
- Disponibilidade Gratuita e Intenção de Uso: Os bancos, incluindo o Japan Post Bank, oferecem esses envelopes gratuitamente como um serviço para clientes que precisam organizar suas contas ou usá-los para pagamentos em dinheiro mais discretos. Eles não são destinados à revenda.
- Lucro Irrisório e Prejuízo: O frete no Mercari é geralmente pago pelo vendedor. Considerando que 150 envelopes pesam cerca de 150 gramas, o custo de envio pode anular quase todo o preço de venda (300 ienes). O lucro líquido, se houver, é de míseros 30 ienes, e em muitos casos, o vendedor pode estar operando com prejuízo.
Furto e Implicações Legais dos Envelopes de Caixa Eletrônico
A origem desses envelopes é a principal preocupação legal. Presumivelmente, os vendedores simplesmente entram em um banco e retiram pilhas dos expositores. O Japan Post, que opera caixas eletrônicos, já confirmou incidentes de “roubos em larga escala” de seus envelopes.
Muitas pessoas online notaram que seus bancos locais estão constantemente sem envelopes e agora entendem o motivo.
- “Eu me perguntava se algo assim era o motivo de nunca haver envelopes quando vou ao caixa eletrônico.”
- “É triste ver serviços desaparecerem por causa de pessoas sem bom senso como essas.”
A revenda configura furto. Casos anteriores no Japão, como roubar muitos hashis ou grandes quantidades de gelo grátis de supermercados, resultaram em acusações de furto. Mesmo que sejam oferecidos gratuitamente, existe um uso pretendido. Pegar envelopes com o objetivo de revendê-los está completamente fora desse uso e é considerado um caso claro de furto.
Além do vendedor, o comprador também pode ser responsabilizado. Pode-se argumentar que uma pessoa razoável presumiria que 150 envelopes bancários não utilizados à venda foram adquiridos ilegalmente, caracterizando a aceitação intencional de bens roubados.
Embora o valor seja baixo para grandes ações legais — sendo mais provável a simples proibição do Mercari —, a polícia japonesa já rastreou ladrões por crimes de valor similar, indicando que a punição não está totalmente fora de questão. O caso reforça a necessidade de bom senso para preservar serviços que beneficiam a comunidade.
**Portal Mundo-Nipo**
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