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Possível 1ª Ministra, Sanae Takaichi irá Endurecer a Vida dos Estrangeiros no Japão

- 19 de outubro de 2025
Sanae Takaichi Imigração Japão lidera o país como a 1ª mulher PM. Entenda o impacto do discurso conservador-nacionalista e as ameaças à comunidade estrangeira.

Sanae Takaichi Imigração Japão lidera o país como a 1ª mulher PM. Entenda o impacto do discurso conservador-nacionalista e as ameaças à comunidade estrangeira.

Um acontecimento histórico marca a política japonesa: Sanae Takaichi Imigração Japão está prestes a se tornar a 104ª primeira-ministra e a primeira mulher a ocupar o mais alto cargo do país. Takaichi, eleita líder do Partido Liberal Democrático (PLD) em 4 de outubro, representa a consolidação de um discurso conservador-nacionalista em um momento crucial de incertezas econômicas e sociais.

Seu avanço ocorreu após negociações políticas em 17 de outubro com Fumitake Fujita, colíder do partido de oposição Nippon Ishin (Partido da Inovação do Japão). Ao chegar a um acordo básico para um governo de coalizão, o Ishin se retirou das negociações com os principais partidos de oposição.

Com a sessão extraordinária da Dieta marcada para 21 de outubro, a eleição de Takaichi como primeira-ministra, sucessora de Shigeru Ishiba, está praticamente garantida, representando um marco na história constitucional do Japão.

O Acordo de Coalizão e Prioridades do Ishin

O pacto com o PLD deu a Takaichi um caminho desobstruído. A nova coalizão terá um total de 231 cadeiras na Câmara Baixa. O PLD busca apoio de partidos menores, como o Sanseito (três cadeiras na Câmara Baixa e 15 na Câmara Alta), para garantir a maioria em ambas as casas.

As negociações incluíram importantes prioridades políticas do Ishin, aceitas pelo PLD:

  • Um corte de 10% no número de membros da Dieta.
  • O “conceito de capital secundário” para apoiar Tóquio em desastres.
  • Redução nos prêmios de seguro social.

O Ishin utilizou uma jogada calculada, focando em metas alcançáveis como a redução de assentos, enquanto defendia uma proibição completa de doações corporativas, pauta mais difícil de negociar.

A Questão da Imigração no Governo Sanae Takaichi

Enquanto parte do debate político se concentra em medidas fiscais, a pauta da imigração tem ganhado destaque. Takaichi prometeu endurecer as regras de permanência de estrangeiros, intensificar a fiscalização e ampliar medidas de segurança em regiões com forte presença de residentes não japoneses.

O professor Shunsuke Tanabe, da Universidade Waseda, alerta: “É uma abordagem oportunista.” O Japão se beneficia da mão de obra estrangeira para compensar o envelhecimento populacional, mas não investe na integração. Esse posicionamento da Sanae Takaichi Imigração Japão pode gerar maior vigilância e alimentar a xenofobia.

A Ascensão da Extrema-Direita e os Riscos para Imigrantes

A guinada à direita é reforçada pelo crescimento do partido Sanseito, que adota o lema “Japanese First”, inspirado no America First. O Sanseito defende deportações rápidas, revisão de vistos e restrições à compra de imóveis por estrangeiros.

Embora não tenha força para aprovar mudanças sozinho, o Sanseito conseguiu influenciar a agenda dos grandes partidos, inclusive o PLD. Analistas alertam que essa normalização da retórica xenofóbica é o maior risco político para os 3,3 milhões de residentes estrangeiros no Japão, incluindo a comunidade brasileira.

Entre os riscos concretos para a comunidade imigrante, destacam-se:

  1. Visto permanente: Mudanças previstas para 2027 tornam o status mais vulnerável a pendências fiscais.
  2. Discursos políticos: Maior associação entre estrangeiros e problemas de ordem pública.
  3. Próximas gerações: Maior dificuldade para descendentes de quarta geração (yonseis) obterem visto de residência.

O imigrante corre o risco de se tornar bode expiatório para problemas estruturais, como a estagnação econômica e a ausência de reformas sociais.

Resistência e O Futuro do Japão

Em resposta a esse cenário, o Movimento Brasileiros Emigrados (MBE), junto a 1.159 organizações, assinou a “Declaração Coletiva de Emergência das ONG contra o incitamento à xenofobia”.

A resposta passa pelo fortalecimento das associações de imigrantes e diálogo constante com governos locais. O Japão enfrenta um paradoxo: precisa de trabalhadores estrangeiros, mas avança em discursos de exclusão. O futuro, afirmam analistas, deve ser construído com integração, solidariedade e inclusão.

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