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Calor Extremo Provoca Morte em Massa de Ostras no Japão e Ameaça Abastecimento

- 4 de dezembro de 2025
Aumento da temperatura do mar gera crise sem precedentes na produção. Morte de ostras no Japão atinge níveis alarmantes em Hiroshima e outras províncias, elevando preços e preocupando o setor.

Aumento da temperatura do mar gera crise sem precedentes na produção. Morte de ostras no Japão atinge níveis alarmantes em Hiroshima e outras províncias, elevando preços e preocupando o setor.

Crise ambiental afeta a produção de ostras

Uma crise ambiental sem precedentes está atingindo o Mar Interior de Seto, resultando na morte de ostras no Japão em uma escala alarmante. Mortes em massa de ostras cultivadas foram confirmadas, causando uma queda abrupta no fornecimento nacional desta iguaria essencial para a culinária e economia local.

Em muitas áreas de produção vitais, incluindo a província de Hiroshima — historicamente a maior produtora do país — mais de 50% das ostras cultivadas foram encontradas mortas. O cenário é desolador para produtores e consumidores.

Causas do aumento da morte de ostras no Japão

Especialistas apontam o crescimento deficiente dos moluscos como a causa raiz, um problema provocado diretamente pelo aumento da temperatura da água do mar. O calor extremo registrado durante o último verão criou condições inóspitas para a vida marinha na região.

Segundo o Centro de Tecnologia Marinha e Pesqueira da Prefeitura de Hiroshima, em Kure, as temperaturas médias da água entre julho e setembro variaram de 25°C a 27,2°C. Esses valores representam um aumento de 1,5°C a 1,9°C em comparação com a média anual histórica.

O professor Kazuhiko Koike, especialista em biologia ambiental marinha da Universidade de Hiroshima, explica que as ostras adultas entram em sofrimento agudo quando a temperatura da água ultrapassa os 25°C. “Este ano, as ostras ficaram expostas a altas temperaturas da água por um longo período”, afirmou Koike. Além disso, o fim precoce da estação chuvosa impediu a circulação adequada da água do mar, restringindo os nutrientes necessários para a sobrevivência dos moluscos.

O impacto devastador nos produtores locais

A situação em campo reflete a gravidade dos dados científicos. Em Kure, uma das principais áreas de produção de Hiroshima, o produtor Hiroaki Takata relatou uma perda catastrófica. No início de novembro, ele recebeu uma remessa de 40.000 ostras, descobrindo que quase todas estavam mortas, com as conchas abertas.

“É difícil administrar o negócio”, disse Takata. O conselho de promoção da ostra de Kure estima que entre 80% e 90% das ostras da cidade morreram, levantando temores de que muitos estabelecimentos comerciais sejam obrigados a fechar as portas.

A Agência de Pesca confirmou a extensão do desastre em outras regiões:

  • Hiroshima (centro-leste): 60% a 90% de mortalidade.
  • Hyogo: 50% a 80% de mortalidade.
  • Kagawa: 50% a 90% de mortalidade.

Consequências econômicas e aumento de preços

A morte de ostras no Japão já impacta diretamente o mercado. O mercado atacadista central de Hiroshima relatou que o volume diário movimentado em novembro foi de apenas 118 quilos, menos da metade da média do ano anterior.

Como efeito imediato da escassez, o preço médio por quilo disparou para ¥1.687, um aumento de mais de ¥300, com tendências semelhantes para ostras sem casca.

Para tentar salvar os negócios, o governo, através da Japan Finance Corporation, instalou postos de atendimento para oferecer consultoria financeira aos produtores e empresas de processamento afetadas nas prefeituras de Hiroshima e Yamaguchi.

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