As regras para obter a carteira de motorista japonesa mudaram. Saiba por que o teste gaimen kirikae ficou mais difícil e a aprovação caiu para 30%.
A obtenção da carteira de motorista japonesa tornou-se um desafio consideravelmente maior para estrangeiros residentes no país a partir de 1º de outubro deste ano. O sistema conhecido como “gaimen kirikae”, que permite a conversão da habilitação estrangeira para a versão local, sofreu alterações drásticas em seus critérios de avaliação.
Essa mudança ocorre em resposta direta a uma série de acidentes de trânsito envolvendo condutores estrangeiros, muitos dos quais obtiveram a carteira de motorista japonesa através de processos facilitados no passado. Como consequência imediata do endurecimento das regras, a taxa de aprovação, que anteriormente ultrapassava os 90%, despencou para cerca de 30% em diversas províncias.
Rigor técnico substitui facilidades anteriores
O ano de 2024 registrou um recorde histórico, com 75.905 estrangeiros conquistando a habilitação através da conversão. Contudo, o cenário para novos candidatos mudou completamente. As autoridades de trânsito identificaram que a facilidade na obtenção do documento não garantia a segurança viária necessária.
Anteriormente, o teste teórico para a carteira de motorista japonesa via conversão era simplificado:
- Apenas 10 questões ilustradas.
- Exigia-se apenas 70% de acertos (7 respostas corretas).
- Não havia cobrança rígida sobre regras complexas.
O novo cenário é muito mais exigente:
- O número de questões sobre regras de trânsito quintuplicou.
- A nota de corte para aprovação subiu para 90%.
- Exige-se um conhecimento profundo da legislação local.
A prova prática e a unificação de critérios
A avaliação prática de direção, muitas vezes o maior obstáculo para os candidatos, foi totalmente reformulada. Antes, o teste focava em manobras básicas como arrancar, virar e parar. Agora, os critérios foram unificados.
Para converter o documento e obter a carteira de motorista japonesa, o candidato deve demonstrar as mesmas habilidades exigidas de um cidadão japonês que tira a habilitação do zero. Isso inclui técnicas específicas de verificação de segurança, posicionamento na via e comportamento em cruzamentos ferroviários.
Restrições para turistas e barreira linguística
Outra mudança significativa impacta quem não reside no Japão. O processo de conversão para a carteira de motorista japonesa foi vetado para turistas estrangeiros. A apresentação de um comprovante de residência tornou-se obrigatória, com exceções apenas para diplomatas e funcionários consulares.
Embora o sistema ofereça suporte em 20 idiomas — incluindo português, inglês, espanhol e vietnamita —, o aumento na complexidade das questões teóricas expõe uma nova camada de dificuldade. Além disso, discute-se a necessidade de conhecimentos básicos do idioma japonês.
Placas vitais como “Pare” (一時停止) ou “Redução da Velocidade” (徐行) não possuem tradução nas vias públicas. Especialistas apontam que a prova teórica poderá, no futuro, pressupor o entendimento desses ideogramas para garantir a leitura correta da sinalização real, independentemente do idioma em que o teste é aplicado.


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