O declínio da mão de obra nikkei no Japão é real. Descubra os 4 fatores cruciais – vistos flexíveis, altos custos e questões culturais – que fazem empresas japonesas preferirem outros estrangeiros. Leia e entenda!
1. Fatores Legais e de Permanência no Emprego
A modalidade de visto é o diferencial mais importante que afeta a estabilidade.
- Nikkeis (Visto de Descendente):
- O visto de descendente (de segunda ou terceira geração) é flexível e permite a livre circulação no mercado de trabalho.
- Alta Rotatividade: Os nikkeis podem trocar de emprego na hora que desejarem e quantas vezes quiserem, buscando melhores salários ou condições. Isso resulta em baixa permanência e alta rotatividade nas empresas que buscam estabilidade.
- Trabalhadores Asiáticos (Vistos Restritivos, ex: TITP):
- Programas como o Technical Intern Training Program (TITP) e os primeiros Specific Skilled Worker (SSW) limitam severamente a troca de emprego durante o período do contrato (geralmente de 3 a 5 anos).
- Estabilidade Garantida: Para as empresas, isso garante uma mão de obra estável e constante por um período determinado, um fator crucial para planejamento e treinamento.
2. Fatores Econômicos e Custo de Vida
O custo total do empregado para o empregador japonês é menor no caso dos trabalhadores asiáticos.
- Estilo de Vida e Moradia:
- Nikkeis: Apresentam um estilo de vida mais elevado, muitas vezes exigindo acomodações individuais (como kitnets), o que aumenta o custo de moradia e o salário esperado para cobrir essas despesas.
- Trabalhadores Asiáticos: Estão dispostos a aceitar o modelo de moradia coletiva (dividindo um quarto com várias pessoas). Isso representa uma economia significativa nos custos de locação para o empregador (quando este fornece a acomodação) ou permite que o trabalhador aceite um salário nominalmente menor.
- Custo de Retorno e Deportação:
- Deportação de Nikkeis: O processo de deportação de nikkeis que violam a lei ou ficam em situação irregular é custoso para o Estado japonês devido à complexidade legal e logística.
- Retorno de Asiáticos: O retorno dos estagiários e trabalhadores temporários asiáticos, via de regra, já está planejado ao fim do contrato, e a passagem de volta é consideravelmente mais barata (como você mencionou, por vezes menos de $50.000$ ienes) devido à proximidade geográfica, simplificando a logística para o Estado.
3. Fator Cultural e de Integração
A falta de diferenciação cultural anula o que antes era a principal vantagem dos nikkeis.
- Identidade Cultural Diluída: Após mais de 30 anos do fluxo migratório dekassegui sul-americano, as novas gerações de nikkeis que chegam ou vivem no Japão frequentemente não possuem uma identidade cultural japonesa forte.
- Barreira Linguística Persistente: Muitos nikkeis mal falam a língua japonesa mesmo após anos de permanência no Japão, o que representa um obstáculo à comunicação, treinamento e integração no ambiente de trabalho e na sociedade.
- Percepção Governamental: A falta de domínio do idioma e de identidade cultural faz com que o nikkei não se diferencie, em termos de adaptação e integração, de qualquer outro estrangeiro. Isso desestimula o governo a manter ou priorizar políticas de imigração diferenciadas para eles, pois o benefício cultural esperado (facilidade de integração) não se materializa.
Em suma, a mão de obra asiática via TITP ou SSW oferece às empresas japonesas estabilidade no emprego, menor custo operacional total e previsibilidade legal por meio de vistos restritivos, características que o flexível visto nikkei e seu estilo de vida mais elevado não conseguem mais igualar.


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