Temperaturas Recordes: Desafios para Pescadores na Baía de Mutsu. Saiba como o aumento do calor está afetando a sobrevivência das vieiras.
Hideto Takada, com mais de 50 anos de experiência na pesca de vieiras, enfrenta um desafio sem precedentes: o aumento da temperatura do mar no Japão está dizimando espécies nativas, incluindo mais de 50% das vieiras juvenis na Baía de Mutsu, província de Aomori, no outono de 2023. Takada, pescador em Yomogita, relata que 30% de seus alevinos morreram devido às temperaturas recordes do ano passado. Este ano, pelo menos 20% dos alevinos também foram perdidos.
As temperaturas da água, embora não tão extremas quanto em 2023, continuam acima do normal, forçando Takada a adiar a transferência de seus filhotes para águas mais frias. A província de Aomori, segunda maior produtora de vieiras do Japão, enfrenta a ameaça de extinção das vieiras na Baía de Mutsu em algumas décadas, caso as temperaturas continuem a subir.
Impacto do Aquecimento Global na Pesca de Vieiras
O Instituto de Pesca de Aomori alerta que temperaturas acima de 23 graus retardam o crescimento dos alevinos, com risco de morte acima de 26 graus. Em 2023, a Baía de Mutsu registrou temperaturas acima de 23 graus por 50 dias consecutivos, atingindo um pico de 25,3 graus. Kyosei Noro, especialista do Instituto, enfatiza a necessidade de contramedidas urgentes.
Apesar das tentativas de mitigar o impacto, como afundar cestas de alevinos, a taxa de mortalidade na área da cooperativa de pesca de Aomori chegou a 90%. As remessas da cooperativa caíram 70% na primavera, ameaçando a viabilidade econômica dos pescadores.
Desafios e Alternativas na Indústria Pesqueira
A província de Miyagi também enfrenta declínios nas capturas de ascídias e ostras. Em resposta, iniciará testes de cultivo de pérolas para diversificar a produção. O governo local busca orientação de regiões avançadas na produção de pérolas, como Mie.
Ondas de Calor Marinhas e o Futuro da Pesca
O Serviço de Monitoramento do Ambiente Marinho Copernicus relata temperaturas da água até 10 graus acima do normal na região de Sanriku, devido à influência crescente da corrente quente de Kuroshio. Shusaku Sugimoto, da Universidade de Tohoku, destaca que as águas japonesas estão aquecendo mais rapidamente que a média global, antecipando condições projetadas para o final do século.
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