Descubra como Mitsuhiko Kamata captura a beleza natural de Hokkaido em fotografias que transcendem a arte, revelando sua paixão e busca por momentos únicos.
Mitsuhiko Kamata, um ex-funcionário público de Sapporo, dedicou décadas a registrar a beleza natural de Hokkaido. Agora aposentado, ele se imerge em tempo integral na busca por momentos raros e milagrosos da natureza. Para Kamata, cada captura deve transcender a fotografia, atingindo o nível da arte para verdadeiramente emocionar o espectador. Suas imagens, que remetem a pinturas, como campos de soba enevoados e céus tempestuosos em Wakkanai, são fruto de persistência e uma profunda conexão com o ambiente.
A Busca Incansável por Momentos Únicos
As fotografias de Kamata não são meras coincidências. Ele revisita os mesmos locais inúmeras vezes, muitas vezes enfrentando temperaturas extremas e longas jornadas, à espera da combinação perfeita de luz, clima e composição. Essa dedicação é a chave para capturar a beleza natural de Hokkaido em sua forma mais pura.
Expedições Inverno e Primavera de 2025
Sua primeira grande aventura de 2025 o levou a Rikubetsu, a cidade mais fria do Japão. Lá, em condições de -18°C, Kamata registrou um espetacular pilar solar, um fenômeno raro conhecido como pó de diamante. A imagem, intitulada “Pilar Solar Derramando sobre Árvores Cobertas de Geada”, mostra a luz solar refratando em cristais de gelo e formando um feixe vertical brilhante.
Em maio, Kamata viajou para Muroran, um local costeiro isolado. Em Houraimon, acessível apenas na maré baixa, ele fotografou rochas vulcânicas em formato de arco natural. Com o pôr do sol, a paisagem se transformava, revelando as nuances da beleza natural de Hokkaido.
A Poesia do Cotidiano em Hokkaido
No retorno a Sapporo, Kamata fez uma parada em um riacho próximo a Chitose. Ali, onde a luz do sol filtrava-se pela floresta e iluminava o Rio Mamachi, ele capturou um “momento que brilhou ao passar de carro”, transformando uma cena comum em algo memorável.
No início do verão, na Colina Shūjitsu, perto de Asahikawa, Kamata encontrou seu mentorado, Fumiaki Nishikawa. Juntos, eles fotografaram as extensas colinas, com a cordilheira Tokachi ao fundo, testemunhando campos dourados e manadas de veados-Ezo.
Até mesmo uma cena rural inesperada, como um trator arando o solo com fumaça pairando, se transformou em poesia visual nas mãos de Kamata. Para ele, a névoa da lavoura possuía algo de pictórico.
A Dedicação à Arte e ao Tempo
Enquanto trabalhava, Kamata dedicava cerca de 70 dias por ano à fotografia, mas apenas algumas fotos anuais atingiam seu padrão. Agora, com mais tempo, ele busca elevar esse número e dedicar cada instante à sua arte. Sua busca incansável pelo extraordinário continua a transformar o cotidiano em algo atemporal, revelando a beleza natural de Hokkaido através do olhar de um artista e da paciência de um caçador de luz.


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