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Carlos Ghosn disse que sua prisão no Japão foi uma conspiração

- 8 de janeiro de 2020
O ex-presidente da Nissan, Carlos Ghosn, fala em uma conferência de imprensa em Beirute, Líbano

O ex-presidente da Nissan Motor, Carlos Ghosn, que fugiu recentemente do Japão enquanto estava em julgamento sob fiança, acusado de fraude financeira, disse nesta quarta-feira que a sua prisão foi uma conspiração contra ele e que suas condições de detenção eram uma “farsa” contra os direitos humanos.  

Ghosn realizou uma entrevista coletiva em Beirut, no Líbano, e disse que sua decisão de fugir do país, onde ele estava sendo julgado por suposta má conduta financeira, “foi a mais difícil da minha vida”. 

O ex-presidente da montadora também descartou todas as alegações contra ele e disse que eram falsas e que “nunca deveria ter sido preso”. 

“Não estou acima da lei e congratulo-me com a oportunidade de a verdade aparecer e ter meu nome limpo”, disse ele a uma sala cheia de jornalistas. 

Ghosn fugiu de Tokyo para Beirut no final de dezembro, mas disse que não falaria sobre como conseguiu escapar do país.  

Durante a coletiva, ele também retratou sua prisão como uma trama ligada a um declínio no desempenho financeiro da Nissan. Ghosn era a favor da fusão da Nissan com a Renault, da qual ele também era presidente.  

“Infelizmente não havia confiança. E alguns de nossos amigos japoneses pensaram que a única maneira de se livrar da Renault na Nissan é se livrar de mim”, disse ele. 

Sobre sua detenção, ele disse: “Minha provação inimaginável é o resultado de um punhado de indivíduos sem escrúpulos e vingativos. 

“As acusações contra mim são infundadas. Por que eles estenderam o cronograma da investigação, por que me prenderam novamente? Por que eles estavam tão empenhados em me impedir de falar e expor meus fatos? Por que passaram 14 meses tentando me quebrar emocionalmente, impedindo qualquer contato com minha esposa? 

“Fui brutalmente retirado do meu trabalho como o conheci, da minha família e dos meus amigos. É impossível expressar a profundidade dessa privação e meu profundo apreço por poder me reunir com minha família e entes queridos. 

“Fui interrogado oito horas por dia sem a presença de advogados. O promotor ainda dizia repetidamente: ‘Vai piorar para você se você não confessar’”  

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