O especialista em IA Kazuhiro Ohara mostra como é possível ter uma carreira internacional com IA, trabalhando para empresas globais mesmo sem fluência em inglês. Descubra os métodos.
Carreira Internacional com IA no Japão Especialista em TI Revela Como Superar a Barreira do Idioma
O especialista em IA e crítico de TI Kazuhiro Ohara prova que uma carreira internacional com IA é totalmente viável, mesmo para quem não domina o inglês. Em uma mudança ousada, Ohara, que não era fluente em inglês, conseguiu uma transferência para uma empresa estrangeira. Ele argumenta que, com o uso estratégico das ferramentas de Inteligência Artificial, a falta de grandes habilidades linguísticas não é mais um obstáculo intransponível para quem sonha com uma trajetória profissional fora do Japão.
Na segunda parte de sua série “Uma carreira aos 47 para adultos problemáticos”, Ohara detalhou métodos práticos para integrar a IA de forma mais eficaz no ambiente de trabalho.
IA no Trabalho Como Aumentar sua Produtividade
Ohara explica que a IA não é apenas para entusiastas. Pessoas que não têm um interesse particular na área ainda podem se beneficiar significativamente.
Um ponto de partida recomendado é a criação de um “jornal” pessoal sobre um tópico de nicho que você domina. Ao combinar fatos precisos com suas opiniões e insights, você torna sua expertise muito mais persuasiva e valiosa.
Ao analisar serviços de ponta como ChatGPT, Claude da Anthropic e Gemini do Google, ele fez uma observação crucial sobre os dados de treinamento. Embora sejam baseados predominantemente no inglês, há um esforço contínuo para incorporar perspectivas do Japão e de mercados emergentes (disponíveis em fontes em inglês como a Wikipédia), visando minimizar vieses culturais.
Contudo, Ohara alerta que as respostas das IAs ainda tendem a refletir valores ocidentais, como a busca pela autorrealização e a escolha individual. Para usuários japoneses, esses valores podem, por vezes, parecer culturalmente distantes das normas sociais locais.
O Desafio da Transição de Carreira no Japão
As expectativas sociais no Japão, como o modelo de emprego vitalício, criam uma barreira psicológica e social para grandes mudanças de carreira após os 40 anos. Ohara contrapõe isso com o cenário americano, onde recomeçar do zero e se reinventar é frequentemente admirado.
No Japão, a percepção de reduzir o salário ou fazer uma transição radical ainda pode ser vista com certo estigma. Nos Estados Unidos, a mudança de emprego é, muitas vezes, motivo de elogio e sinal de dinamismo.
Carreira Internacional com IA Remota: A Solução de Ohara
A boa notícia é que a IA pode ser a chave para facilitar essas transições. Ohara cita amigos nos campos de programação e marketing que vivem no Japão, não falam inglês, mas trabalham para empresas em mercados de alto salário, como Estados Unidos e Cingapura.
Como grande parte do trabalho nessas áreas é digital e escrito, eles utilizam a IA para:
- Tradução de e-mails e comunicações.
- Inicialmente, dedicam mais tempo à tradução, mas são recompensados com salários mais altos.
- Ganham eficiência gradualmente, enquanto seu conhecimento de inglês melhora na prática.
Trabalhando remotamente de locais como Karuizawa, esses profissionais oferecem o serviço meticuloso e os ajustes de marketing precisos que os clientes estrangeiros valorizam. Ohara sugere que, para alguns, aceitar um salário menor em uma empresa doméstica para migrar para um trabalho remoto e bem remunerado no exterior com o auxílio da IA pode ser uma jogada estratégica de longo prazo.
Ele aconselha alternar entre mudar de setor e mudar de função, citando sua própria trajetória: consultoria na McKinsey, projetos na NTT DoCoMo e lançamento de mídia online na Recruit. Essa estratégia permite acumular expertise setorial e funcional de forma progressiva.
O Valor Inegável das Conexões Pessoais
Muitas das mudanças de carreira bem-sucedidas de Ohara nasceram de relacionamentos de longo prazo, cultivados em buscas de emprego anteriores, indicações de parceiros ou amigos. Ele exemplifica isso com um convite do Google, que surgiu anos depois de um contato anterior, mesmo com seu inglês fraco.
“O que é óbvio para nós pode parecer novidade para eles”, afirma. Seu conselho é claro: mantenha os laços, mesmo após recusar oportunidades, pois “nunca se sabe quando uma conexão abrirá uma porta”.
Em última análise, embora a IA esteja se tornando uma ferramenta essencial, o ponto de partida real para qualquer mudança, incluindo uma carreira internacional com IA, continua sendo a curiosidade e as conexões humanas.
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