💔 Fim de Uma Era A Descendente do Último Xogum Vai Fechar o Túmulo da Família Tokugawa

Miki Yamagishi, tetraneta de Tokugawa Yoshinobu, o último xogum do Xogunato Edo (15º), anunciou a decisão de fechar o túmulo ancestral da família em Tóquio. O motivo é o fardo logístico e financeiro insustentável, com custos de reparo, como o muro, atingindo cerca de 30 milhões de ienes. A decisão, que reflete uma ansiedade crescente no Japão sobre a manutenção de sepulturas, visa evitar que o túmulo se torne uma “herança negativa” para futuras gerações. Yamagishi planeja doar os 6.000 materiais históricos do xogum para uma instituição e trabalhar para que o local de sepultamento possa ser preservado publicamente, reconhecendo que o status de Yoshinobu transforma a história da família em história do Japão. A ação da linhagem Tokugawa ilustra o desafio do Japão moderno em preservar seu patrimônio histórico privado.

A Barreira do Idioma é a Causa dos Acidentes Fatais com Estrangeiros?

Em 2024, o Japão registrou um número recorde e inédito de mais de 6 mil acidentes de trabalho graves ou fatais envolvendo trabalhadores estrangeiros, expondo uma grave crise de segurança industrial. A taxa de acidentes entre não japoneses ($2,71$ por mil) é superior à média nacional, concentrando-se em setores de alto risco, como manufatura e construção. O grupo mais vulnerável é o de estagiários técnicos, com uma taxa alarmante de $3,98$. As causas estruturais incluem a barreira do idioma e a falta de treinamento e materiais de segurança adequados (reconhecida pela meta governamental de 2027), o que não só leva a acidentes, mas também impede que os trabalhadores busquem seus direitos e seguro. A comunidade brasileira está entre as mais afetadas, evidenciando que a insegurança laboral é um problema sistêmico e não resolvido no Japão.

Recém-Empossada Ministra Takaichi é Amada pelos Japoneses

A frase “trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar e trabalhar” da primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, foi eleita o lema do ano, gerando controvérsia imediata em um país sensível ao excesso de trabalho (karoshi). A ultraconservadora Takaichi, a primeira mulher no cargo, defendeu que a frase apenas expressava seu entusiasmo, embora durma poucas horas e concilie o trabalho com a vida pessoal. Apesar de suas políticas de linha dura (como a oposição à mudança da lei de sobrenome para casais), seu estilo de vestuário e acessórios, como a “Sanae Bag” e uma caneta específica, a transformaram em um ícone de estilo e consumo (Sana-katsu). O fenômeno evidencia uma admiração pela sua influência e elegância como mulher na política, mas levanta questionamentos sobre a validade de glorificar longas jornadas de trabalho em um contexto de crise laboral e desigualdade de gênero no Japão.

Pedido da Cidadania Japonesa será Possível após 10 Anos de Moradia Ininterrupta no Japão

O governo japonês planeja estender o período de residência exigido para a obtenção da cidadania japonesa de cinco para dez anos. A proposta, a ser formalizada em janeiro de 2026, visa alinhar o tempo de naturalização com o da residência permanente, corrigindo uma “situação inversa” percebida onde o status de cidadão seria mais fácil de obter. A mudança não deve alterar a Lei da Nacionalidade de cinco anos, mas sim impor os dez anos na prática através de critérios discricionários que incluem “boa conduta” e estabilidade financeira. A revisão, que afeta diretamente milhares de residentes (incluindo dekasseguis), sinaliza um endurecimento nos requisitos de imigração do Japão, apesar de a naturalização já exigir proficiência no idioma e passar por um rigoroso crivo do Ministério da Justiça, que aprovou $8.863$ pedidos em 2024.

Por que os Brasileiros não gostam do Setor Alimentício apesar da Estabilidade Garantida?

A indústria de alimentos no Japão (Bentoya ou Souzai) é considerada a “última opção” de emprego no Japão pelos trabalhadores brasileiros, apesar de oferecer estabilidade anticrise, aceitar idosos e não exigir proficiência em japonês. A rejeição se deve a cinco fatores principais que superam a segurança do emprego no Japão: 1) O ambiente de trabalho em câmaras frias ($5\text{°C}$ a $10\text{°C}$) é insalubre; 2) A disparidade salarial (média de ¥1.050/hora) é inferior à da indústria automotiva (¥1.300+/hora), que ainda oferece prêmio de admissão (Iwaikin); 3) A solidão do calendário (trabalhar em todos os feriados) gera desgaste social; 4) As regras de higiene extrema são vistas como desumanizantes; 5) O trabalho repetitivo e monótono na esteira causa estafa mental. O setor acabou se tornando um refúgio para a terceira idade, mas os jovens preferem o risco da indústria automotiva em troca de melhor salário e liberdade social.

A “Onda Laranja”: A Ascensão do Sanseito e o Nacionalismo de Sohei Kamiya

O partido Sanseito, liderado por Sohei Kamiya e com a plataforma “Japão em Primeiro Lugar”, emergiu como uma força populista ultraconservadora na política japonesa. Apesar de ser um fenômeno raro na estável democracia do país, o Sanseito obteve sucesso eleitoral significativo, especialmente elegendo 14 novos senadores em 2025, totalizando cerca de 18 parlamentares. Sua agenda é focada em pilares como a restrição de direitos a imigrantes, a defesa de uma educação patriótica e o anti-globalismo. Embora seja improvável que Kamiya se torne Primeiro-Ministro a curto prazo devido ao isolamento dos partidos tradicionais, sua influência é substancial, pois forçou o partido governista LDP a adotar uma postura mais rígida sobre a imigração para conter a perda de eleitores conservadores. O Sanseito se consolidou como a principal voz da direita populista japonesa, com um impacto direto e preocupante nas políticas voltadas para estrangeiros e residentes no Japão.