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China Avança no Desenvolvimento do Jato de Passageiros C929

- 18 de outubro de 2024

Independência Chinesa na Aviação: O Caminho do C929. Entenda os desafios e as estratégias da China após a ruptura com a Rússia.

A China está avançando no desenvolvimento do C929, um novo jato de passageiros, após o lançamento do C919, seu jato narrowbody doméstico, na primavera passada. Este movimento visa competir no mercado global de aeronaves de médio e grande porte, atualmente dominado por gigantes como Boeing e Airbus.

Inicialmente, a Rússia era parceira no projeto, mas devido à sua agressão contra a Ucrânia, a cooperação foi interrompida. Agora, a China está prosseguindo de forma independente, enfrentando o desafio de se tornar uma superpotência aeronáutica por conta própria.

O C929 está projetado para ter 280 assentos e uma autonomia de voo de 12.000 quilômetros, superando o C919. A expectativa é que o primeiro C929 seja entregue entre 2028 e 2029. O conceito do C929 surgiu no início dos anos 2010, e em 2016, durante uma visita do presidente russo Vladimir Putin à China, foi acordado como um projeto conjunto entre a COMAC e uma empresa russa.

Apesar de a produção de um protótipo ter começado, a situação geopolítica levou a China a seguir sozinha. A COMAC, preocupada com a segurança e a viabilidade de receber componentes ocidentais, decidiu continuar o projeto sem a Rússia, visando também facilitar a venda internacional da aeronave.

A política industrial “Made in China 2025” posiciona as indústrias de aviação e espacial como prioridades, impulsionando o desenvolvimento de aeronaves domésticas. Em 2016, a COMAC lançou o jato ARJ21, e em 2022, o C919, que já possui mais de 1.000 pedidos, principalmente de companhias aéreas chinesas, além de interesse de Brunei e Brasil.

Para exportar em larga escala, as aeronaves chinesas precisam passar por rigorosos testes de segurança e obter certificações de autoridades europeias e americanas. O C919 iniciou o processo de certificação europeia em 2017, mas ainda está em andamento, sem registros de aplicações nos EUA.

A Boeing enfrenta desafios com o 737 MAX, e a estrutura de mercado dominada por EUA e Europa está se tornando instável. Segundo o Prof. Hajime Tozaki, da Universidade JF Oberlin, o poder político influencia significativamente as vendas internacionais de aeronaves. A China deve fortalecer suas operações em países aliados antes de expandir para Europa e EUA.


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