TÓQUIO (Japão) – O órgão regulador nuclear do Japão decidiu na quarta-feira revisar o sistema de distribuição de comprimidos de iodo, divulgado anteriormente, contra a exposição à radiação, com o objetivo de dar prioridade às crianças.
As regras atuais dizem que os comprimidos de iodo devem ser, em princípio, distribuídos antecipadamente para todos os residentes que vivem num raio de 5 quilômetros de 16 usinas nucleares em 13 províncias.
Mas alguns governos municipais ainda não distribuíram os comprimidos para todos os residentes, incluindo crianças que são mais vulneráveis à exposição à radiação.
Um painel de especialistas criado pela Autoridade de Regulamentação Nuclear realizará sua primeira reunião no próximo mês para revisar o sistema de distribuição com o objetivo de compilar um relatório até abril. A ARN decidirá sobre uma nova política baseada no relatório.
O iodo radioativo liberado em acidentes nucleares pode ser acumulado na glândula tireoide, aumentando o risco de câncer de tireoide principalmente entre as crianças.
Se os comprimidos forem tomados de antemão, o iodo potássio pode saturar a glândula tireoide e bloquear o iodo radioativo de ser armazenado lá.
Quando o Japão foi atingido por uma crise nuclear na usina de Fukushima Daiichi após o terremoto e o tsunami de março de 2011, as pastilhas de iodo armazenadas nos governos municipais não foram efetivamente utilizadas.
De acordo com a NRA, o plano para rever a pré-distribuição de comprimidos de iodo é baseado em uma diretriz compilada pela Organização Mundial da Saúde em 2017.
A OMS afirma que a proteção de crianças e adolescentes deve ser considerada uma prioridade, pois o risco de desenvolver câncer de tireoide é maior que o dos adultos. Indivíduos com mais de 40 anos são menos propensos a se beneficiar de comprimidos de iodo.
A OMS afirma que a administração oportuna dos comprimidos é a chave para bloquear a exposição radioativa, e a proteção mais eficaz é oferecida se forem tomadas antes ou imediatamente no momento da exposição radioativa.
Espera-se que os especialistas discutam se é razoável refletir as recomendações da OMS no manual da NRA sobre a pré-distribuição de comprimidos de iodo.
Entre outros tópicos, o painel estudará como os médicos estarão envolvidos nas distribuições de comprimidos. Também ouvirá as opiniões dos governos municipais sobre o assunto.
Fonte: Mainichi Shimbun