O Japão é um dos países que mais lucra com turistas no mundo. Os restaurantes do shopping Exitmelsa, no sofisticado distrito de Ginza, em Tokyo, costumam estar lotados de turistas chineses.
Mas ultimamente, muitas mesas estão completamente vazias e isso é um sinal alarmante de que o coronavírus está cobrando um pedágio muito alto para o turismo.
Para os japoneses que se tornaram dependentes de turistas chineses para fazer seus negócios fluírem, como o garçom Kiyotake Watanabe, isso marca uma tendência completamente devastadora.
“As pessoas que faziam turismo em grupo, se reuniam ao meio-dia em grupos de 10 ou 20 pessoas”, disse Watanabe, que trabalha em um restaurante chinês no shopping. Esses clientes desapareceram depois que a China proibiu excursões em grupo para o exterior.
Às margens das Olimpíadas de 2020, o choque econômico que a escassez de turismo pode causar, pressagia um impacto ainda maior, que pode ecoar para a economia global.
A Nomura Securities previa um aumento de 240 bilhões de ienes através do turismo, relacionado a eventos que seriam realizados em 2020 e, que, segundo ele, iria evaporar se as Olimpíadas fossem canceladas. No ano passado, o Japão recebeu 31,9 milhões de visitantes estrangeiros, que gastaram 4,81 trilhões de ienes.
Ainda não há dados oficiais do turismo a partir de fevereiro, mas um funcionário da agência de serviços de imigração disse nesta sexta-feira, que o número de estrangeiros que entraram no Japão em fevereiro estava abaixo de 1 milhão. Este é um número que nunca mais foi visto em 6 anos, desde 2014, quando a taxa chegou em 800 mil, de acordo com a Organização Nacional de Turismo do Japão.
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