Sugawara Michizane: Divindade do Aprendizado e das Artes. Descubra a história e a influência deste ícone cultural no Japão.
O Dazaifu Tenmangu, localizado em Dazaifu, na província de Fukuoka, atrai mais de 10 milhões de visitantes anualmente, oferecendo uma experiência única que combina a veneração da divindade do aprendizado, Sugawara Michizane, com a apreciação da arte contemporânea espalhada por seus terrenos. Michizane é também reverenciado como a divindade da cultura e das artes, devido à sua maestria em waka, um tipo de poesia japonesa, e caligrafia.
Por mais de 1.100 anos, artistas contemporâneos têm dedicado suas obras a este santuário. Ao cruzar a icônica ponte taiko bashi, os visitantes são recebidos pelo museu homotsuden, o primeiro museu registrado na prefeitura, que exibe uma rica coleção de materiais culturais, incluindo pinturas e tesouros nacionais.
O museu também serve como um centro cultural para exposições de arte contemporânea. Recentemente, uma exposição da dupla de artistas “Nerhol”, composta pelo escultor Ryuta Iida e o designer gráfico Yoshihisa Tanaka, apresentou a obra “Tenjin”, uma série de 40 retratos do sacerdote chefe do santuário, Nobuhiro Nishitakatsuji. A técnica inovadora da dupla envolveu a captura de 100 fotos consecutivas do sacerdote, esculpindo-as de maneira única para criar diferentes perspectivas.
Desde 2006, o santuário tem promovido programas de arte que convidam artistas de todo o mundo a contribuir com suas criações. A obra de Nerhol foi inspirada pela rica história de Tenmangu e suas conexões com a natureza e as memórias das pessoas ligadas ao santuário. Iida descreve o santuário como um lugar onde “o tempo flui de forma diferente”, e sua arte busca tornar o invisível visível.
A combinação de arte e tradição no santuário é liderada por Nishitakatsuji, um curador certificado que estudou história da arte na Universidade de Tóquio. Ele tem sido um defensor da arte contemporânea, promovendo diálogos entre artistas e visitantes. Após seus estudos em Harvard, Nishitakatsuji propôs um redesenho do Santuário Kamado de Homangu, envolvendo o renomado designer Masamichi Katayama.
O novo santuário, inspirado pelas flores de cerejeira, será uma estrutura em anel, simbolizando um kamado, ou fogão a lenha. Enquanto isso, uma estrutura temporária, projetada por Sosuke Fujimoto, apresenta uma “floresta flutuante” no telhado, com árvores de cânfora, cerejeiras e ameixeiras, evocando a lenda da “tobiume” (ameixa voadora).
Ao lado do santuário, o Museu Nacional de Kyushu, inaugurado em 2005, continua a tradição museológica iniciada pelo tataravô de Nishitakatsuji na era Meiji. Nishitakatsuji reflete sobre o legado de sua família e a importância de adicionar novo valor ao santuário para as futuras gerações, acreditando que suas ações são um presente para o futuro.
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