Esculturas de mulheres nuas em Shikoku geram debate cultural no Japão sobre arte pública e valores sociais. Entenda o contexto e as opiniões.
Esculturas de mulheres nuas, antes comuns em parques e praças públicas japonesas, estão no centro de um intenso debate cultural. Em Takamatsu, cidade portuária na ilha de Shikoku, duas estátuas femininas serão removidas este mês como parte de um projeto de renovação urbana. A decisão veio após reclamações de pais que consideraram as obras “muito estimulantes” e inadequadas para crianças.
🎨 A visão do artista e o significado das esculturas
O escultor Seiichi, de 94 anos, criador das obras, expressou profunda decepção. Segundo ele, as esculturas celebram a beleza natural do corpo feminino, a força da maternidade e a vitalidade da vida. Para Seiichi, as figuras não têm conotação sexual, mas representam dignidade e crescimento humano.
🏙️ Arte pública e história pós-guerra no Japão
O debate não se limita a Takamatsu. Em Kobe, 39 esculturas adornam as ruas centrais, sendo 14 delas de mulheres nuas. Essa tendência remonta à década de 1970, quando governos locais passaram a investir em arte pública como símbolo de paz e sofisticação cultural. Kobe, autodenominada “cidade da escultura”, liderou esse movimento durante seu processo de urbanização.
🧱 Obras removidas e o destino incerto das esculturas
Nem todas as esculturas resistiram ao tempo. Em Hyogo, uma figura de bronze foi retirada durante reformas em 2021 e permanece armazenada há mais de três anos, coberta por lençóis azuis em um pátio de materiais, sem previsão de reinstalação.
👥 Opiniões divididas entre os moradores
A população está dividida. Alguns defendem que as esculturas fazem parte da paisagem urbana e são inofensivas. Outros se preocupam com o impacto sobre crianças ou com o desconforto causado em eventos públicos. Há sugestões de concentrar essas obras em áreas específicas para visitação voluntária.
🌍 Comparações internacionais e reflexões culturais
Especialistas apontam que estátuas nuas são raras em espaços públicos fora do Japão. Isso levanta a questão sobre quais valores culturais devem guiar a arte urbana japonesa. Comentadores alertam que remover obras sem diálogo reforça a ideia de que o corpo humano é vergonhoso. Em vez disso, propõem que essas esculturas sirvam como ponto de partida para educação e reflexão sobre arte, forma humana e sexualidade.
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