Aposta na Tecnologia de 2 Nanômetros: A jornada da Kajima rumo à inovação sem precedentes.
A Kajima Corporation, uma das principais construtoras do Japão, está aproveitando um período de forte demanda no setor de construção de fábricas de semicondutores, o que resultou em um aumento significativo tanto na receita quanto no valor de suas ações. Este sucesso, no entanto, agora enfrenta novos desafios à medida que a empresa se prepara para um projeto ambicioso na ilha de Hokkaido, uma região conhecida por suas condições climáticas adversas.
A contribuição da Kajima para o avanço da indústria de semicondutores no Japão foi crucial, especialmente em um momento em que a segurança dos suprimentos de silício se tornou uma preocupação global devido a tensões geopolíticas. A construção acelerada de uma instalação para a Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC) em Kumamoto é um testemunho da eficiência e da capacidade da Kajima de entregar projetos críticos rapidamente, inclusive antes de incentivos financeiros significativos do governo dos EUA para a TSMC.
Esse ímpeto trouxe um crescimento robusto para a Kajima, com um aumento de 86% no preço de suas ações no último ano. O próximo grande projeto da empresa, no entanto, apresenta um conjunto único de desafios. A construção de uma fábrica de chips avançada para a Rapidus, uma startup apoiada pelo governo, em Hokkaido, exige enfrentar o clima rigoroso, o solo congelado e a localização remota, que estão entre os obstáculos significativos para a realização do projeto.
Koichi Takano, gerente geral do projeto na Kajima, expressou confiança na capacidade da empresa de superar esses desafios, citando a experiência acumulada da Kajima na construção de pelo menos 10 fábricas de chips nas últimas décadas. A experiência da empresa com salas limpas, essenciais para a fabricação de semicondutores, coloca a Kajima em uma posição única para liderar o desenvolvimento da indústria de chips no Japão.
O projeto Rapidus não é apenas ambicioso em seus objetivos tecnológicos, visando iniciar a produção de semicondutores de 2 nanômetros até 2027, mas também em seu cronograma de construção. A Kajima começou a trabalhar na fábrica em setembro, com o objetivo de concluir cerca de metade das instalações até o final deste ano, para permitir que fornecedores de equipamentos, como a ASML Holding, comecem a instalar seus sistemas em dezembro.
A construção em Hokkaido tornou-se mais cara e competitiva, exacerbada pela escassez de mão de obra, regulamentações rigorosas e o impacto econômico do iene fraco e da guerra na Ucrânia. Apesar desses desafios, a Kajima não diminuiu o ritmo. Adotando medidas extraordinárias, como cobrir o local de construção com tendas e utilizar aquecedores para manter o solo descongelado, a Kajima assegura que o trabalho continue ininterrupto, mesmo sob condições climáticas severas.
A empresa planeja contratar até 4.500 trabalhadores e iniciará turnos noturnos para acelerar o progresso, recrutando principalmente na região de Hokkaido. A experiência anterior da Kajima com projetos de grande escala informou estratégias para evitar congestionamentos e manter a eficiência, como o transporte de funcionários por ônibus ao canteiro de obras.
Koichi Takano, com quatro décadas de experiência em projetos complexos, incluindo uma fábrica de chips para a Kioxia Holdings em 2022, está confiante no cumprimento do prazo de dezembro. Ele também vê o projeto Rapidus como uma oportunidade valiosa para passar seu conhecimento para a próxima geração de trabalhadores da Kajima, garantindo a continuidade da excelência da empresa na construção de infraestrutura crítica para a indústria de semicondutores.
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