Em 1986, quando o primeiro-ministro japonês afirmou que o nível intelectual dos EUA era inferior ao de seu país por haver uma grande população miscigenada, houve uma grande polêmica entre os norte-americanos.
No Japão, por outro lado, o seu comentário passou praticamente despercebido. E essa relutância em aceitar pessoas diferentes da sua genética é algo que sempre foi enraizado na sociedade japonesa.
Embora a situação esteja gradualmente sendo modificada, muitos problemas vêm infligindo o país, como o envelhecimento da população e baixa taxa de fecundidade. Além da escassez de trabalhadores e baixa participação das mulheres no mercado de trabalho, que vem se agravando ainda mais pela falta de imigrantes.
Com a expectativa média de vida de 84 anos, o Japão é um dos países com o maior número de idosos no mundo.
De acordo com dados oficiais compilados no ano de 2018, em cada dez cidadãos, três estão acima dos 65 anos.
A Diamond explica que enquanto os outros países resolveram as dificuldades incorporando imigrantes no mercado de trabalho, a crise só aumentou no Japão por causa de sua recusa em receber trabalhadores estrangeiros.
O Japão precisa de imigrantes
Para Toshiro Menju, diretor da ONG Centro Japonês de Intercâmbio Internacional, atualmente a visão negativa dos estrangeiros no Japão vem mudando gradualmente.
“Devido à experiência com o turismo, houve mais contato com estrangeiros, e a população está começando a entender que eles não são perigosos.”
De acordo com Menju, embora os preconceitos persistam, o Japão ainda precisa que os imigrantes existam para manter o crescimento do país.
Na opinião de Gabriele Vogt, professora de política e sociedade japonesa na Universidade de Hamburgo, na Alemanha e autora do Population Aging And International Health-caregiver Migration do Japan, as mudanças recentes na legislação são um marco na postura do Japão em relação à imigração.