
Ex-espião revela como Pyongyang manipula o sentimento antijaponês na Coreia do Sul para enfraquecer o país. Entenda a estratégia de espionagem e suas implicações.
Estratégia de Espionagem Norte-Coreana: Pyongyang e a Exploração do Sentimento Antijaponês
Pyongyang busca intensificar o aproveitamento do sentimento antijaponês presente na Coreia do Sul. A revelação foi feita pelo ex-espião norte-coreano Kim Dong-sik em entrevista ao The Yomiuri Shimbun, expondo a estratégia de espionagem do regime.
Kim, que atuou como agente do antigo Departamento de Intercâmbio Cultural do Norte, possui experiência direta na formação de redes de espionagem na Coreia do Sul. Sua perspectiva oferece insights valiosos sobre as táticas de Pyongyang.
Objetivo da Coreia do Norte: Enfraquecer a Coreia do Sul
Segundo Kim Dong-sik, a deterioração das relações entre Japão e Coreia do Sul é vista por Pyongyang como uma oportunidade para enfraquecer Seul, criando um ambiente mais favorável para a Coreia do Norte. A instrução dada aos agentes norte-coreanos é clara: inflamar o sentimento antijaponês existente na sociedade sul-coreana.
“O sentimento antijaponês na Coreia do Sul jamais desaparecerá, e a Coreia do Norte fará uso dele implacavelmente”, afirmou Kim, sublinhando a persistência dessa estratégia de espionagem.
Recrutamento e Operação das Redes de Espionagem
Kim detalhou o processo de montagem das redes de espionagem norte-coreanas. Os agentes “começam recrutando uma figura central” dentro da Coreia do Sul. Essa pessoa é então treinada para construir e gerenciar uma rede de espionagem no Sul.
Após o treinamento, os agentes retornam à Coreia do Norte para fornecer instruções e receber atualizações. Encontros regulares entre as partes ocorrem em “locais seguros para a Coreia do Norte”, frequentemente no Sudeste Asiático. Esses encontros têm como objetivo verificar a lealdade do contato e sua adesão à ideologia norte-coreana.
Descobertas Recentes e a Extensão das Redes
Em novembro, um tribunal sul-coreano condenou um homem de cerca de 50 anos que recebia ordens e liderava uma rede de espionagem. Ele se reunia anualmente com agentes norte-coreanos na China, Vietnã e outros países, evidenciando a continuidade da estratégia de espionagem.
Kim Dong-sik alertou que “existem muitas redes na Coreia do Sul além daquela que foi descoberta”. Embora as recentes condenações possam ter causado algum impacto, Kim acredita que o dano à rede de espionagem da Coreia do Norte foi “apenas parcial”.
Intensificação de Conflitos como Tática de Espionagem
A instabilidade política na Coreia do Sul, mencionada por Kim no contexto da declaração de lei marcial de Yoon Suk Yeol em dezembro passado, pode ser explorada pelas redes de espionagem.
“Criar novos conflitos é importante”, explicou Kim sobre a missão de um espião. “Mas eles também consideram importante intensificar o caos e o conflito existentes.” Essa tática visa desestabilizar ainda mais a Coreia do Sul, alinhada com a estratégia de espionagem de Pyongyang.


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