
O primeiro estudo clínico do Japão sobre a redução fetal, conduzido pela Universidade de Osaka, aborda aspectos éticos e médicos, visando oferecer diretrizes e apoio.
Em um avanço histórico para lidar com as complexidades médicas e éticas da redução fetal no Japão, pesquisadores da Universidade de Osaka conduziram o primeiro estudo clínico do país sobre o procedimento. A redução fetal é um procedimento que visa diminuir o número de fetos em gestações múltiplas, aliviando a carga física da mãe e minimizando os riscos de parto prematuro e hemorragia pós-parto.
A Necessidade e os Desafios da Redução Fetal no Japão
Embora a redução fetal tenha sido uma prática necessária em algumas gestações de alto risco, ela raramente foi discutida abertamente no Japão devido a considerações éticas e à ausência de diretrizes médicas formais. “Com tão poucas instituições médicas divulgando a realização da redução fetal, algumas mulheres grávidas se sentem em conflito”, afirma o professor Masayuki Endo, especialista em obstetrícia e ginecologia e líder da pesquisa na universidade. Ele enfatiza a importância de “criar uma sociedade onde a redução fetal seja reconhecida como uma opção válida para mulheres com gestações múltiplas.”
Hospital Universitário de Osaka na Vanguarda
O Hospital Universitário de Osaka já começou a oferecer a redução fetal a pacientes em geral, marcando um raro caso de divulgação pública no país. A equipe de pesquisa realizou o procedimento em 10 mulheres entre abril e dezembro de 2024. As participantes foram selecionadas entre indivíduos com gestações de trigêmeos ou de ordem superior (mais de três fetos), ou com gestações de gêmeos e graves problemas de saúde materna.
Detalhes do Procedimento e Resultados
Os procedimentos de redução fetal foram realizados entre as semanas 11 e 13 da gravidez. Injeções de cloreto de potássio foram utilizadas para interromper os batimentos cardíacos do feto selecionado. A equipe confirmou a eficácia da redução fetal em todos os 10 casos, sendo que um deles exigiu um segundo procedimento após o restabelecimento dos batimentos cardíacos do feto no dia seguinte. A taxa de sobrevivência dos fetos restantes foi de aproximadamente 90%.
Impacto na Saúde Mental e Próximos Passos
O estudo também investigou a saúde mental das participantes. Muitas relataram sintomas de ansiedade ou depressão antes da redução fetal, que melhoraram ligeiramente após o procedimento, mas permaneceram relativamente altos. Os resultados do estudo serão apresentados em uma reunião da Sociedade Japonesa de Medicina Perinatal e Neonatal, que começou em 13 de julho. A universidade planeja continuar monitorando o bem-estar físico e emocional das mulheres após o parto e colaborar com outras instituições nos próximos três a cinco anos para desenvolver métodos padronizados e seguros para a redução fetal.


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