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Excesso de trabalho pode matar?

- 12 de agosto de 2019

A resposta é sim. No Japão, a morte por excesso de trabalho é chamada de Karoshi, na tradução literal, morte por excesso de trabalho. A palavra foi incluída no Dicionário de Inglês Oxford em 2002, passando a ser conhecida internacionalmente.




Na Karoshi, o principal fator é o estresse, que pode causar uma morte súbita por ataque cardíaco fulminante ou acidente vascular cerebral (AVC). A maior parte das vítimas são os homens japoneses.

Essas vítimas geralmente tem jornadas de trabalho excessivamente longas, recebem pouco e em alguns casos podem até sofrer humilhações e muita cobrança de seus superiores.

Embora só reconhecido como um problema social nos anos 80, o primeiro registro de karoshi foi em 1969, quando funcionário do departamento de transporte do Japão, de 29 anos morreu.

Anualmente, pelo menos 150 pessoas são vítimas de karoshi. Em 2005, o número foi de 328. Já em 2015, 2.159 se suicidaram por causas relacionadas ao trabalho, sendo 675 desse total, por cansaço.

A morte súbita de um funcionário que trabalha mais que 60 horas semanais é considerado karoshi, de acordo com o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão.

Uma jornada de trabalho acima de 70 horas semanais causam estresse, fadiga e esgotamento físico.

Nos tribunais japoneses, há inúmeros processos de indenizações das famílias das vítimas de karoshi. Além da morte pelos problemas citados acima, os processos podem ser motivados pela invalidez ou suicídio do funcionário, causados pela empresa.

Em uma pesquisa do governo japonês, foi apontado que 90% dos trabalhadores japoneses não encontram um equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal.

Na pesquisa, foi apontado que quatro a cada cinco trabalhadores desmarcam compromissos pessoais caso haja algum trabalho a ser feito, mesmo que fora do expediente.

Com os números alarmantes, as empresas japonesas estão se esforçando para conscientizar os funcionários sobre manter um equilibrio entre a vida e o trabalho.

Lá, o trabalho é levado tão a sério, que é comum que durmam em qualquer lugar público, prática chamada de inemuri.

 

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